Na pesquisa por novos mundos, os cientistas vasculham o espaço para encontrar os exoplanetas. Nestas descobertas há novos mundos com factos exóticos e realidades surreais, selvagem do mais excêntrico que a nossa imaginação consiga conceber.
Agora, num novo estudo da Nature, é feita a descrição de um dos exoplanetas como tendo uma notável realidade: uma SuperTerra de duas caras, em que um lado se esconde numa noite perpétua, enquanto a outra é bombardeada pela sua poderosa estrela, deixando-a constantemente em estado de fusão.
Chamaram-lhe “55 Cancri e ”, um mundo a 41 anos-luz de distância do nosso planeta Terra. Este mundo misterioso foi descoberto em 2004. Esta descoberta foi notável por ser a primeira SuperTerra – um planeta com uma massa superior à do nosso próprio mundo, mas não alcançando a de Neptuno – que orbitava em torno de uma estrela de sequência principal.
Está a decorrer entre o meio científico um debate sobre a composição do planeta, em que alguns propuseram ser principalmente feito de carbono em forma de diamante.
Este exoplaneta “55 Cancri e” está tão perto da sua estrela-mãe que a sua órbita completa leva apenas 18 horas, o que significa que tem 487 anos para cada ano terrestre.
Os investigadores teorizam em volta da temperatura da superfície do planeta. Segundo o que têm avançado, deverá rondar os 2.000° C. Além disso, um estudo anterior revelou que a sua atmosfera é rica numa forma altamente tóxica de cianeto.
Combinando o cianeto com o calor, facilmente conseguimos imaginar como seria agradável viver num planeta com este ar puro!!!
Uma SuperTerra de Duas Caras
Este novo estudo, liderado pelo astrofísico Brice-Olivier Demory, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, acrescenta mais um capítulo fascinante a esta história celestial. Recorrendo a dados do telescópio espacial Spitzer da NASA, que pode detetar emissões de infravermelhos, a sua equipa produziu um mapa térmico do planeta distante, o primeiro do seu tipo para uma SuperTerra, e revelou que ele é um mundo dividido em duas metades.
Devido à influência gravitacional da sua estrela, há apenas um hemisfério que fica de frente para ela, sempre. O seu mapeamento térmico mostrou que o lado diurno seria um dia de verão terrível de 2.500 °C , o que significa que esta parte do planeta seria totalmente fundida; notavelmente, o lado na escuridão constante teria uma temperatura de “apenas” 1.100° C.
O lado mais sombrio, o que supostamente será o mais “frio”, não deixa de ter uma paisagem de lava solidificada, provavelmente mantém a aparência de uma atmosfera, o que já não deverá acontecer com o outro lado, no oceano de lava que não deverá ser possível vislumbrar qualquer atmosfera.
O mapeamento mostra que a irradiação estelar que o planeta recebe não é só por si suficiente para o fazer assim tão quente. Isto poderá significar que há uma outra fonte, desconhecida de calor, que poderá estar dentro do próprio planeta. Os investigadores ainda não têm até ao momento qualquer pista sobre o que possa ser.
Nós ainda não sabemos exactamente do que este planeta é feito – ainda é um enigma. Estes resultados são como a adição de mais um tijolo na parede, mas a natureza exacta deste planeta ainda não é totalmente compreendida
Referiu Demory.
Bizarros mundos na profundeza do espaço
A par do pouco que ainda é conhecido deste novo mundo bizarro, sabe-se que não é o único deste tipo. Há outros como o CoRoT-7b, que está a 480 anos-luz de distância da Terra, é um outro mundo de magma com duas caras bloqueado pela sua estrela. Alguns pensam que este planeta fantasma é o núcleo rochoso de um gigante de gás cuja atmosfera foi destruída pela sua estrela hospedeira.
Não está claro se este é o caso do 55 Cancri e, mas uma coisa é certa: ambos os mundos são infernos vulcânicos nas “profundezas” do espaço.