É uma descoberta que está a fascinar a comunidade cientifica dadas as características do que foi revelado.
Astrónomos norte-americanos descobriram um planeta errante gigantesco, com um campo magnético extremamente forte, a vaguear pela nossa vizinhança galáctica. Este objeto está a apenas 20 anos-luz da Terra.
Uma estrela falhada ou um planeta gigante?
Há um objeto muito estranho a flutuar no bairro estelar e os astrónomos estão intrigados. É muito grande e tem um campo magnético extremamente forte. É um “forasteiro” que não está ligado a nenhum outro objeto.
A descoberta foi feita com o radiotelescópio Very Large Array (VLA, no Novo México, EUA), marcando o primeiro objeto de massa planetária revelado por esta tecnologia.
Com 12,7 vezes mais massa que Júpiter, as suas características situam-no bem no limite superior dos planetas – beirando o território das anãs castanhas.
Este objeto está bem na fronteira entre um planeta e uma anã castanha, ou ‘estrela falhada’, e está a dar-nos algumas surpresas que podem potencialmente nos ajudar a entender os processos magnéticos em estrelas e planetas.
Referiu a astrónoma Melodie Kao, da Universidade do Estado do Arizona.
Pequeno para estrela anã castanha mas quase 13 vezes maior que Jupiter
Uma anã castanha é um objeto muito pequeno para produzir fusão de hidrogénio, o processo dominante que gera energia nas estrelas, mas grande o suficiente para a fusão de deutério, processo de baixa temperatura vital para estrelas recém-formadas.
Assim, este gigante está na fronteira entre os maiores planetas e as menores estrelas, com massas de 13 a 80 vezes maiores que a de Júpiter.
Inicialmente também se pensou que estes objetos não emitiam ondas de rádio, mas em 2001 descobriram que estavam absolutamente cheios de atividade magnética. Outras observações revelaram que as anãs castanhas podem gerar fortes auroras.
As Auroras
Aqui na Terra, as auroras são geradas por ventos solares, que interagem com partículas carregadas na nossa ionosfera. Essas partículas carregadas viajam ao longo das linhas do campo magnético do planeta até os pólos, onde se manifestam como luzes dançantes no céu e produzem fortes emissões de rádio.
Este novo objeto, denominado SIMP J01365663 + 0933473, pode ajudar os astrónomos a aprender mais sobre diversos fenómenos espaciais, incluindo as auroras das anãs castanhas.
A equipa acredita ter detetado emissões de rádio de auroras no novo planeta, o que representa um desafio para a maneira como entendemos os mecanismos para este fenómeno em anãs castanhas e exoplanetas. Mas o seu campo magnético é algo que vale uma observação mais de perto. É enorme, 200 vezes a força do campo magnético de Júpiter.
Gigante mas ainda um bebé
Descoberto no meio de um aglomerado de estrelas muito jovens, este novo planeta tem cerca de 200 milhões de anos – é ainda um bebé pequenino.
E, embora seja 12,7 vezes mais maciço que Júpiter, é apenas um pouco maior, com um raio de 1,22 vezes o do gigante gasoso.
Em comparação com a temperatura da superfície solar de 5.500 graus Celsius, a sua temperatura é relativamente fria, chegando a uma temperatura de superfície de 825 graus Celsius.