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Estudo mostra que pacientes COVID-19 não são infeciosos a partir de alguns dias

Uma das características que mais preocupou os infeciologistas, quando apareceu o vírus, foi a sua capacidade de se propagar de forma muito rápida e silenciosa. Apesar das investigações e os testes em curso e já realizados, ainda não existe uma forma de combater a infeção. Contudo, e contra o que era esperado, em Singapura, surgiram alguns pacientes que, após 11 dias de infeção, não representavam um risco de propagação, podendo ter alta em segurança.

À medida que o tempo passa, desde o aparecimento do novo coronavírus, mais informação é recolhida, trabalhada e compreendida. No entanto, estas descobertas, não sendo uma vacina, podem ajudar a moldar métodos de proteção.

 


 

COVID-19: Portador do vírus pode não ser uma ameaça pública

Em Singapura, os hospitais dão apenas alta aos doentes que testem duas vezes negativo à COVID-19. No entanto, um estudo local mostrou que, mesmo que os pacientes estejam ainda infetados, podem não representar um veículo infecioso. Esta foi então uma questão levantada, uma vez que o teste deteta partes do genoma do vírus. Todavia, não consegue mostrar se são apenas fragmentos do vírus ou se o vírus completo já não é viável e, por isso, não consegue infetar ninguém.

Os peritos em doenças infeciosas, de Singapura, afirmam que estas novas descobertas permitem rever os critérios de desconfinamento. Ainda assim, a revisão desses critérios está a cargo do Ministério da Saúde do país, que soube das novidades há uns dias.

O Ministério da Saúde irá estudar minuciosamente a declaração de posição e avaliar de que forma podemos incorporar as últimas evidências sobre o período de infeciosidade de um doente com COVID-19 no nosso plano de gestão clínica de doentes.

Respondeu o Ministério da Saúde.

 

Novo estudo pode ser sinónimo de menos tempo de isolamento

Se o Ministério da Saúde aceitar as provas fornecidas pelo documento, é possível que mais de 80% dos doentes vá para casa após 11 dias de doença. Isto, se as medidas definidas tiverem por base o tempo de infeção.

Os doentes com outro tipo de patologias mais graves associadas poderão ter de permanecer no hospital. Contudo, após os 11 dias, poderiam deixar de estar isolados, na medida em que não personificam qualquer tipo de ameaça.

Cientificamente, estou muito confiante de que há provas suficientes de que a pessoa já não é infeciosa depois de 11 dias.

Animou o professor Leo Yee Sin, diretor-executivo do Centro Nacional de Doenças Infeciosas (NCDI).

 

Descobertas são animadores no combate à COVID-19

Os resultados são animadores e é possível que reconheçamos uma nova etapa do desconfinamento. Além disso, Leo Yee Sin acredita que a investigação pode ser generalizada, por ser robusta.

As únicas exceções são os doentes com sistemas imunitários mais fracos, como doentes oncológicos, ou que tomam medicamentos imunossupressores, após transplantes, por exemplo. Neles, o vírus pode hospedar-se durante mais tempo.

Os estudos ainda estão em curso e vamos obter mais dados, mas vamos ver a mesma coisa, pois há um acordo com a ciência nisto. Por isso, não há necessidade de esperar.

Afirmou Asok Kurup, doutor responsável pelo relatório.

A reforçar ao que foi já dito, surgiu ainda um pequeno estudo, na Alemanha, com 9 pacientes, que refere derrame viral da garganta e do pulmão, na primeira semana. No entanto, não detetaram mais escamação até ao oitavo dia.

O estudo, que reuniu um terço dos 87 médicos de Singapura e 73 pacientes, foi divulgado no sábado, dia 23 de maio, pelo NCDI e pelo Capítulo de Doenças Infeciosas da Academia de Medicina, de Singapura.

 

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