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Estamos a perder o olfato e a culpa já não é da COVID-19…

Sofre ou conhece alguém que sofra de perda de olfato? Saiba que é um problema cada vez mais comum e, apesar de ter sido um dos principais indicadores, durante a pandemia da COVID-19, o vírus já não é o culpado. A causa não é nova e, provavelmente, já ouviu falar dela noutros contextos.


Parecendo que não, por ser um “dado adquirido”, o olfato tem uma importância e uma responsabilidade enormes na nossa qualidade de vida. Afinal, é através dele que percecionamos o cheiro dos alimentos e do ambiente, mas também damos conta dos perigos que nos rodeiam.

Nos últimos anos, registou-se um aumento do número de pessoas com anosmia, isto é, com uma perda temporária ou permanente do sentido do olfato. Embora o sintoma tenha sido desgastado, aquando da pandemia, a COVID-19 não foi, nem é, a única causa.

A perda do olfato pode resultar de uma variedade de outros fatores, como constipações vulgares, sinusite ou rinite alérgica, alguns tumores, diabetes, e lesões neurológicas, como Alzheimer. A par destes, um outro, com o qual convivemos e sobre o qual falamos, enquanto problema, noutros contextos: a poluição.

É verdade! Segundo o Xataka, há vários estudos recentes a debruçar-se sobre esta matéria e a teoria é que a poluição pode mesmo estar na origem do aumento do número de pessoas que sofrem uma perda total ou parcial do olfato, ao longo da sua vida.

A contaminação do ar que nos rodeia pode estar a prejudicar o nosso sentido do olfato

Em 2016, uma equipa norte-americana encontrou provas de uma ligação entre a poluição e a anosmia, numa revisão que envolveu 18 estudos. No entanto, era preciso mais. Por isso, em 2021, um outro grupo de investigadores analisou a relação entre a anosmia e as PM2.5. Os resultados foram publicados na JAMA Network Open.

Por PM2.5 entenda-se partículas transportadas pelo ar com menos de 2,5 micrómetros. São 30 vezes mais pequenas do que o diâmetro de um fio de cabelo humano e podem ser constituídas por um vasto leque de materiais, bem como ter origens variadas, desde fumo e metais, até poeiras e matéria orgânica.

Estas partículas poluentes já foram associadas a muitos problemas de saúde, nomeadamente, relacionados com o sistema respiratório. Agora, foi verificado que o aumento da exposição às PM2.5, a longo prazo, está associado a um aumento do risco de perda do olfato, especialmente nas populações mais vulneráveis.

Incluímos participantes de várias zonas no nosso estudo; no entanto, a maioria vivia em zonas urbanas onde os níveis de poluição são mais elevados. Queríamos avaliar de que forma a sua exposição à poluição atmosférica PM2.5 poderia fazer com que perdessem o olfato.

Explicou Murugappan “Murray” Ramanathan, rinologista, professor associado na Johns Hopkins University School of Medicine, e principal autor do estudo.

Os autores também explicaram a sua hipótese para a forma como essa relação ocorre: a chave será o nervo olfativo. Num comunicado de imprensa, explicaram que as terminações nervosas deste nervo estão localizadas na parte superior das nossas cavidades nasais, “diretamente no caminho dos materiais PM2.5”.

 

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