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ESA está preocupada com o mau odor nas partes íntimas dos astronautas

Já sabíamos que a Lua cheirava mal. Também é conhecida a difícil tarefa dos astronautas tomarem banho do espaço, assim como fazerem as suas necessidades. Contudo, a Agência Espacial Europeia (ESA) parece estar também preocupada com o que se passa no interior dos trajes dos astronautas. A agência encomendou um estudo para tratar do fedor que vem de dentro dos fatos.


Um mau odor que cresce dentro dos fatos no espaço

Num comunicado de imprensa, a ESA referiu um projeto liderado pela Áustria com a intenção de manter o interior dos fatos lunares saudável para as próximas missões Artemis, que preveem o regresso dos astronautas europeus e americanos à Lua pela primeira vez em meio século.

Integrado num projeto mais vasto da ESA, conhecido como Planetary Exploration Textiles (PExTEx), o Fórum Espacial Austríaco está a tomar a seu cargo uma missão denominada Biocidal Advanced Coating Technology for Reducing Microbial Activity, ou BACTeRMA, que se ocupará da higiene do interior dos fatos nas condições extremas de uma nave espacial.

Pense em manter a sua roupa interior limpa; é uma tarefa bastante fácil no dia a dia, graças ao detergente, às máquinas de lavar e às máquinas de secar. Mas em habitats na Lua ou mais além, lavar o interior dos fatos espaciais de forma consistente pode não ser prático.

Referiu a engenheira de materiais e processos da ESA, Malgorzata Holynska, no comunicado.

Basicamente o que está implícito é que existe uma grande dificuldade para lavar o interior dos fatos espaciais e que, dado o ambiente no seu interior, pode facilmente cheirar mal e haver um conjunto de situações de pouca higiene. Mais ainda com a partilha destes equipamentos por vários astronautas.

Roupa interior espacial

Apesar de existirem agentes antimicrobianos tradicionais, como a prata e o cobre, a ESA observa que equipar o interior dos fatos espaciais com estes materiais pode irritar a pele dos astronautas e o seu uso regular pode manchá-los.

Para resolver este problema, os cientistas que trabalham no BACTeRMA analisam os compostos químicos conhecidos como “metabolitos secundários”, que os micróbios produzem para se protegerem. Segundo refere o comunicado, estes compostos coloridos “têm frequentemente qualidades antibióticas”.

Os cientistas austríacos da equipa BACTeRMA estão a trabalhar com a empresa Vienna Textile Lab para criar aquilo a que chamam uma coleção “bacteriográfica” dos chamados materiais “biocidas” que estão a ser testados contra a radiação, poeira lunar e simulações de suor humano para ver como se comportam.

O astronauta da ESA Alexander Gerst veste a roupa interior para o seu passeio espacial de 7 de outubro de 2014. | Créditos: ESA

Atualmente, o Fórum Espacial Austríaco testa os seus protótipos de têxteis biocidas num simulador de fatos espaciais e, em breve, poderão ser utilizados numa simulação de uma missão a Marte, que terá lugar no próximo ano na Arménia, acrescenta o comunicado.

As questões relacionadas com a higiene espacial não são novas, mas esta abordagem parece poder ajudar a manter as coisas frescas a bordo das missões Artemis tripuladas, que verão os astronautas a lidar com climas de naves espaciais durante cerca de um mês – uma viagem que não parece assim tão longa, a não ser que se considere o quão nojento seria passar tanto tempo sem roupa interior limpa.

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