Pplware

Estrela gigante “tossiu” e os cientistas querem saber a razão

Os cientistas deram conta que uma estrela gigante “tossiu”. Assim, foi detetada a libertação de massa coronal 10 000 vezes maior do que qualquer das erupções do nosso Sol.

A ejeção de massa coronal foi detetada através de equipamentos especiais no Chandra X-ray Observatory, um telescópio espacial atualmente em órbita da Terra.


Gigante massa coronal é expelida para o espaço

Um grupo de investigadores identificou e caracterizou pela primeira vez uma poderosa erupção na atmosfera da estrela ativa HR 9024. Desta forma, foi detetada uma intensa explosão de raios-X, seguido da emissão de uma gigantesca bolha de plasma.

Surpreendentemente, esta foi a primeira vez que uma ejeção de massa coronal, ou CME, foi vista numa estrela diferente do nosso sol. A coroa é a atmosfera exterior de uma estrela.

Ejeções de massa coronal (EMC) são grandes erupções de gás ionizado a alta temperatura, provenientes da coroa solar. Esta informação é muito importante para ajudar os astrónomos a entender como as estrelas e os seus comportamentos mudam com o tempo.

O trabalho, publicado na revista Nature Astronomy, usou dados recolhidos pelo Chandra X-ray Observatory da NASA. Assim, os investigadores confirmam que os CMEs são produzidos em estrelas magneticamente ativas e são relevantes para a física estelar. Além disso, os fenómenos permitem estudar sistematicamente estes eventos dramáticos noutras estrelas que não o Sol.

Segundo as informações, a equipa analisou um surto particularmente favorável. Isto porque o fenómeno ocorreu na estrela ativa HR 9024, a cerca de 450 anos-luz de distância de nós.

Com efeito, o Espectrómetro de Rede de Transmissão de Alta Energia, ou HETGS, a bordo do Chandra é o único instrumento que permite medições dos movimentos de plasmas coronais com velocidades de apenas algumas dezenas de milhares de quilómetros por hora.

 

Massa coronal com temperaturas de 25 milhões de graus Celsius

Portanto, os resultados dessa observação mostram claramente que, durante a explosão, o material muito quente (entre 10 e os 25 milhões de graus Celsius) primeiro sobe e depois cai com velocidades entre 362 000 e 1 500 000 quilómetros por hora. Isto está em excelente concordância com o comportamento esperado para o material ligado às erupção estelares.

Este resultado, nunca alcançado antes, confirma que a nossa compreensão dos principais fenómenos que ocorrem em chamas é sólida. Não estávamos tão confiantes de que as nossas previsões pudessem combinar tanto com as observações, porque a nossa compreensão das explosões é baseada quase por completo em observações do ambiente solar, onde as explosões mais extremas são cem mil vezes menos intensas no X-radiação emitida.

Referiu Costanza Argiroffi, da Universidade de Palermo, Itália, e investigador associado do Instituto Nacional de Astrofísica, em Itália.

Em resumo, os cientistas por trás da investigação suspeitam que estas erupções explicam a razão das estrelas gradualmente perderem massa e momento. Contudo, serão ainda necessárias mais observações para confirmar este palpite.

 

Exit mobile version