Se a ideia é boa, a realidade poderá ser fascinante. Painel solar, fino como papel, que podemos aplicar em superfícies maneáveis para gerar energia onde nunca se pensou que fosse possível. O MIT mostra-nos o futuro!
E se uma tenda de campismo fosse revestida de tecido “fotovoltaico”?
A energia solar está finalmente a tornar-se mais comum hoje em dia. Já existem muitas casas e crescem a olhos vistos as quintas solares por esse mundo fora. A conceção comum sobre painéis solares, no entanto, toma por certo que esta forma limita severamente onde podem ser utilizados, o que muitas vezes é apenas em telhados ou grandes superfícies planas.
Para que a energia solar seja verdadeiramente uma tecnologia comum, deveria ser mais omnipresente e mais aplicável a uma variedade de desenhos e aplicações. Isto vai além da mera existência de painéis solares portáteis que ainda são desajeitados e inconvenientes de utilizar em todo o lado. Portanto, um ponto negativo nos painéis é mesmo a sua estrutura rígida, pesada e pouco flexível.
É neste ponto que o MIT desenvolve investigação. O objetivo é produzir uma célula solar tão fina e leve que pode ser colocada em quase qualquer superfície, incluindo tecidos.
As duas considerações mais comuns na escolha dos painéis solares são a sua eficiência de conversão e o seu custo em euros por watt. Poucos pensam realmente em quão bem estes painéis serão integrados no seu ambiente, porque se presume sempre que vêm na forma de painéis grandes, espessos e pesados.
No entanto, não tem de ser assim, e esta inovação prova que não só é possível criar painéis solares quase impossivelmente finos, como estas células flexíveis podem até superar os seus equivalentes rígidos em desempenho.
Painéis solares flexíveis que podem ser usados nos tecidos
Para tornar possível esta célula solar fina de papel, os investigadores do MIT utilizaram uma tecnologia relativamente nova, mas cada vez mais popular, que imprime circuitos utilizando tintas semicondutoras. Utilizaram então um processo de impressão serigráfica mais tradicional, semelhante aos utilizados para camisas, para depositar elétrodos sobre esse substrato fino.
A última camada crítica é o tecido Dyneema, que protege o módulo solar de se rasgar facilmente, resultando numa folha robusta que se pode dobrar e enrolar como um pedaço de papel ou tecido grosso.
A verdade é que se pode tornar este “painel como papel” em muita coisa. Segundo o MIT, o painel solar extremamente flexível pode gerar 370 watts por quilograma de energia, 18 vezes mais do que as células de energia convencionais. Isto não só significa que são alternativas viáveis aos painéis pesados que sobrecarregam o seu telhado, como também podem ser instalados em quase qualquer superfície, incluindo os flexíveis como velas de barcos ou tendas.
Esta última é importante quando tais tendas são necessárias em zonas afetadas por catástrofes, onde as redes elétricas não funcionam.
No entanto, falta ainda uma peça crítica do puzzle, uma camada protetora que irá proteger as células do ambiente. Tradicionalmente, este é um papel desempenhado pelo vidro, que derrotaria o propósito de ter uma célula solar flexível em primeiro lugar.
Assim, os investigadores estão a experimentar algumas soluções de embalagem ultra-fina que permitam a estas células solares resistir ao teste durante muito tempo, tornando a energia solar verdadeiramente disponível para todos.
O exemplo dado de um barco, onde as velas são simultaneamente painéis solares para gerar energia elétrico, deixa aberto um futuro muito interessante para esta tecnologia.