Os números do boletim epidemiológico, revelados pela DGS, mostram que o crescimento dia a dia baixou hoje! Mas calma, isso não são propriamente boas notícias até porque as “contas” são a somar!
Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) estima que, em média, por cada 100 casos de Covid-19 em Itália, Portugal terá sete casos, apontando para um cenário grave em território nacional.
O estudo teve como base modelos matemáticos, que analisou dados dos outros países sobre a Covid-19, que permitem prever o que se irá passar em Portugal.
Carla Nunes, investigadora e diretora da ENSP, revelou à Lusa que…
Esta previsão é muito fiável a um curto espaço de tempo, cerca de três a cinco dias. Passado esse tempo é muito difícil prever com exatidão.
Atualmente, a análise desses modelos diz-nos que todas as curvas, na fase em que nos encontramos e independentemente do país analisado, são exponenciais (ou similares), ou seja, têm uma evolução crescente acentuada. A curva portuguesa segue o mesmo trajeto, à sua escala, comparando com os períodos análogos dos outros países.
Analisando, por exemplo, o 17.º dia de todas as curvas sabemos que, por cada 100 casos em Itália, esperamos sete em Portugal, por cada 100 no Reino Unido estimamos 130 e por cada 100 em Espanha esperamos 30 novos casos em Portugal.
COVID-19 – Modelos Matemáticos têm uma capacidade de 95%…
Carla Nunes esclareceu que estes países foram escolhidos por serem os que matematicamente e culturalmente mais se adaptam à explicação da curva portuguesa, em diferentes escalas.
A investigadora refere ainda que….
Nós estamos no 17.º dia de curva, mas eles atualmente já estão no trigésimo, no quinquagésimo dia, portanto, eu consigo prever quantos casos novos o país vai ter, porque estes modelos matemáticos têm uma capacidade de 95% ou mais, o que é brutal.
A evidência diz-nos que baixando a taxa de contacto, baixamos a taxa de transmissão
Portugal introduziu uma nova medida na passada sexta-feira, a interrupção das escolas, que efetivamente começou na segunda-feira, mas serão necessários 14 dias, o período máximo de transmissão do vírus, para perceber o impacto da medida.
Dada a “história do vírus”, ainda não há tempo para saber se “a medida foi eficaz ou não”, salientou.