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COVID-19: Devemos ou não usar máscara?

Quando surgiu o surto da Covid-19, muitas foram as teorias que surgiram quanto à sua origem e quanto à sua prevenção. Contudo, a necessidade ou não do uso de máscara é dos temas que mais discussão provoca entre os especialistas e as autoridades de saúde. De um lado mostram-se exemplos de países que têm regras e hábitos de uso de máscara, do outro estão ocidentais que bem ou mal informados não consideram a máscara como uma vantagem na luta contra o SARS-CoV-2.

Relegando a falta de material para um plano secundário, afinal devemos ou não usar máscara para nos protegermos e protegermos os outros?


Usar ou não usar, eis a questão!

O facto de os países tomarem diferentes posições face ao uso de máscara, proporciona uma onda de confusão, difícil de quebrar.

Por considerarem que podia significar um aumento do risco de contágio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) alertaram para que apenas os doentes, os suspeitos de infeção e os prestadores de cuidados a infetados usassem máscara. Contudo, as imagens que chegam aos portugueses, vindas da Ásia, por exemplo, culminaram num esgotar do stock de máscaras, em muitos estabelecimentos comerciais. Isto, porque, lá, a munição foi distribuída por toda a população, como meio de combate à propagação.

Tendo em conta a forte procura, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, alertou, em meados de março, que o uso de máscaras pela população em geral, para proteção ao novo coronavírus, devia ser cauteloso e controlado. Além disso, e uma vez que havia escassez de material, devia ir ao encontro do risco de cada um, sendo dada prioridade aos infetados ou imunodeprimidos.

Por sua vez e apesar da recomendação da OMS – utilizar máscara em casos específicos, como tosse, febre e dificuldade em respirar -, o Ministro da Saúde da República Checa, Adam Vojtech, recomendou a todos os governos a implementação do uso de máscara em espaços públicos, alargado a toda a população. A Eslováquia e a Áustria seguiram as pisadas checas e também tornaram o uso de máscara obrigatório.

 

Mas, então devemos ou não usar máscara?

Os especialistas garantem que “não há forma de dar uma resposta clara a esta questão”, devido à falta de conhecimento que existe sobre o vírus. Contudo, no caso português, a ministra da Saúde reforçou no passado sábado, dia 4 de abril, que a utilização do equipamento de proteção individual está apenas recomendada, como referido acima, a pessoas com sintomas de infeção respiratória, febre ou tosse, a todos os profissionais, que trabalhem em instituições de saúde, e a doentes imunossuprimidos e imunodeprimidos.

Para além das instituições de saúde, nos estabelecimentos de venda de bens de primeira necessidade, os profissionais que estão no atendimento ao público devem usar máscara, quando não têm separadores físicos. A ministra sublinhou que nas prisões as máscaras devem ser utilizadas pelos guardas, que estão em contacto próximo com reclusos, e pelos agentes das forças de segurança, aquando as fiscalizações dos carros e condutores.

Inicialmente, a DGS aconselhava o uso de máscara apenas pelos grupos supracitados. Então era explicado que as máscaras cirúrgicas “formam uma barreira física que previne a transmissão do vírus de uma pessoa doente, para uma pessoa saudável, ao bloquear as partículas respiratórias expelidas pela tosse ou espirro”. Por isso, “o uso de máscara por indivíduos sintomáticos era fortemente recomendado”.

Igualmente, a OMS ressalvava que uma pessoa saudável só precisava de usar máscara cirúrgica se estivesse a cuidar de alguém infetado.

 

Umas máscaras são mais eficientes que outras. Que tipos de máscaras estamos a falar?

A questão começou a circular em torno da eficácia das máscaras cirúrgicas. O responsável federal pela saúde pública, nos Estados Unidos, Jerome Adams, fez uma publicação no Twitter, para que as pessoas parassem de utilizar as máscaras, por não serem eficientes na proteção do público em geral.

Nesse sentido, segundo o epidemiologista e presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, os prestadores de cuidados a infetados ou os profissionais de saúde devem utilizar os respiradores – máscaras bidirecionais, à partida mais eficazes que as máscaras de papel cirúrgicas, por estarem totalmente presas à face e não deixarem sair nem entrar gotículas. Acrescenta que as cirúrgicas não são eficazes para andar de transportes públicos, por exemplo.

A OMS continua a desaconselhar o uso de máscaras por toda a população. À RTP1, a ministra da Saúde revelou que a DGS pediu um parecer sobre o uso generalizado de máscaras, de forma a não propagar a Covid-19, tendo sido aconselhada a equacionar a medida.

Para já, em Portugal, o uso é apenas aconselhado aos infetados, suspeitos, grupos imunodeprimidos e profissionais em contacto com doentes. No entanto, segundo alguns indícios, em breve poderemos ser mesmo obrigados ao uso de máscara.

Se quiser aprofundar sobre as tecnologias usadas para a produção de máscaras e luvas, veja aqui.

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