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China preocupada: rover Zhurong não acorda do sono profundo em Marte

Zhurong é um rover que a China pousou em Marte. Foi o primeiro que a gigante asiática aterrou em qualquer outro planeta. Zhurong é parte da missão Tianwen-1 ao planeta vermelho, uma missão conduzida pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA). A nave foi lançada no dia 23 de julho de 2020 e inserida na órbita marciana a 10 de fevereiro de 2021. Pisou o solo marciano em maio de 2021. Um ano depois, o veículo robótico entrou em modo de hibernação – para enfrentar o longo e frio inverno marciano – e deveria ter “acordado” no último dia 26 de dezembro.

Apesar da CNSA não reconhecer o problema, a verdade é que os meios de comunicação do país dizem que a preocupação é grande, dado que o rover deveria ter “acordado” no último dia 26 de dezembro e não acordou.


A Administração Espacial Nacional da China está ainda a tentar perceber o que aconteceu. O caso não é mostrado como problemático, mas duas fontes ouvidas pelo site South China Morning Post confirmaram que o rover não voltou a contactar Terra como estria planeado.

Os cientistas chineses não sabem ainda a causa. No entanto, é provável que as tempestades do planeta possam ter coberto com poeira os painéis solares do Zhurong ao ponto deles não conseguirem gerar energia para o rover funcionar. Aliás, este evento, como vimos recentemente, foi a causa que “matou” o rover americano InSight.

Marte: Radiação solar caiu para níveis baixos e poderá ter “matado à fome” Zhurong

Além das poeiras, também a radiação solar durante o inverno marciano caiu para um nível muito baixo. Este conjunto de fatores prejudica substancialmente o fornecimento de energia do rover. A NASA, por exemplo, já se precaveu deste problema quando projetou o rover Perseverance. O mais avançado equipamento da NASA usa baterias nucleares para funcionar, pelo menos, durante 14 anos.

As fontes também afirmaram que a CNSA planeava usar a sonda em órbita Tianwen-1 para tirar fotos do rover na superfície marciana, na tentativa de desvendar o silêncio do Zhurong. Contudo, os cientistas também estarão a enfrentar dificuldades para descarregar os dados da sonda.

De acordo com Jia Yang, responsável da missão Tianwen-1, o rover é projetado para acordar automaticamente quando duas condições são atendidas: o seu nível de potência atinge 140 watts e a temperatura dos principais componentes, incluindo baterias, atingem a temperatura de -15 °C.

Um feito para a China

A missão é a primeira da China a conseguir pousar com sucesso em Marte — tornando-se a segunda nação a conseguir tal feito, depois dos Estados Unidos. O rover foi projetado para funcionar durante apenas três meses, no entanto, acabou por se manter operacional por mais de um ano, tendo concluído todas as tarefas previamente programadas.

Ao todo, o Zhurong percorreu dois quilómetros através de Utopia Planitia, uma vasta planície marciana que se acredita ter sido o leito de um antigo oceano. Inclusive, o radar do rover conseguiu detetar camadas de rochas que devem ter sido geradas a partir de um antigo depósito de sedimentos durante uma grande inundação do planeta.

Caso a China ainda consiga restabelecer contacto, o rover poderá estar perdido para sempre. Deixa, contudo, muita informação importantíssima para um dia o ser humano poder pisar Marte.

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