A Administração Espacial Nacional da China anunciou que lançou uma nave espacial para aterrar no lado oculto da Lua.
Denominada de “Chang`e 4”, esta missão tem como objetivo realizar observação astronómica de rádio de baixa frequência, análise de relevo, deteção de composição mineral e da estrutura superficial da lua e medição de radiação de neutrões e de átomos neutros. A nave transportará, entre outras coisas, sementes de batata para plantar.
A nova missão da agência espacial chinesa, a “Chang’e-4”, é, no entanto, a primeira do mundo a enviar uma sonda e um veículo robotizado para o “lado negro da Lua”, onde pretende testar o crescimento de plantas e captar sinais de radiofrequência normalmente bloqueados pela atmosfera terrestre, segundo um artigo da revista científica Nature.
A “Chang’e-4” foi lançada ao final da tarde de ontem do Centro Espacial de Xichang.
O local provável de alunagem da sonda e do veículo robotizado será a cratera Von Kármán, situada na bacia do Polo Sul-Aitken, a maior e mais antiga depressão na Lua e uma das maiores zonas de impacto do Sistema Solar
É uma área-chave para dar resposta a várias questões sobre a história da formação da Lua, incluindo a sua estrutura interna e a evolução da sua temperatura
Bo Wu, da Universidade Politécnica de Hong Kong
De acordo com o que foi revelado, o veículo robótico da “Chang’e-4” está preparado para realizar diversas experiências no solo lunar. A sonda está equipada com vários instrumentos, irá estudar o gás interestelar e os campos magnéticos que se disseminam após a morte de uma estrela e testar se a batata e a planta herbácea “Arabidopsis thaliana” (da família da mostarda) crescem e fazem a fotossíntese num ambiente controlado, mas condicionado à microgravidade da superfície lunar, segundo revela a TVI.
Com a sua missão Chang`e 4, a China espera ser o primeiro país a realizar uma aterragem com sucesso do lado oculto da Lua.
A comunicação com a sonda será feita a partir do centro de controlo da missão “Chang’e-4” que irá usar o satélite Queqiao, lançado em maio, para intermediar as comunicações com o aparelho (a comunicação direta com a sonda não é possível no lado oculto da Lua).
Depois da “Chang’e-4”, seguir-se-á a missão “Chang’e-5”, com lançamento previsto para 2019, e com a qual a China pretende recolher amostras do solo lunar.