A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) pousou em setembro passado dois pequenos rovers num asteroide chamado Ryugu. Logo após as condições estarem reunidas, a JAXA procedeu ao disparo, feito a partir da Hayabusa2. A explosão foi causada por uma bala de tântalo disparada contra o asteroide e gravou em vídeo o “ataque”.
A nave espacial que transportou os rovers, gravou estes novos dados e transmitiu-os aos cientistas na Terra.
Disparo de bala tântalo para provocar fragmentos no asteroide
Segundo as informações disponibilizadas pelos especialistas, o “bombardeamento” do asteroide era necessário para depois recolher as amostras libertadas. Desta forma, levou-se a cabo esta primeira missão com sucesso. Num acontecimento realizado no final de fevereiro, a sonda pousou no local L08E1 e disparou uma bala de tântalo de 5 gramas contra a superfície do asteroide.
Os nossos dados atuais mostram que recolhemos uma quantidade de material suficiente durante a manobra anterior. A conclusão bem-sucedida do primeiro pouso significa que o segundo pouso da Hayabusa 2 no asteroide será realizado após a experiência que prevê a formação de uma cratera na sua superfície, perto ou dentro dela, se as condições permitirem
Referiram os cientistas.
Segundo disparo será para provocar uma explosão maior
Haverá a seguir um segundo teste que efetuará uma explosão mais potente. A fim de criar um impacto maior, serão usados métodos mais poderosos para capturar pedaços bem maiores arrancados do asteroide. Posteriormente, estes fragmentos serão recolhidos para serem estudados. Esta fase da missão espacial japonesa está prevista para os primeiros dias de abril.
Depois do primeiro pouso em setembro passado, a JAXA deverá tentar um segundo pouso. Neste sentido, os cientistas planeiam realizá-lo, se for possível em termos de segurança para a sonda, em maio ou junho.
Resumo cronológico da missão
Hayabusa2 é uma missão de recolha de amostra de asteroides operada pela agência espacial japonesa, JAXA. A nave foi lançada no dia 3 de dezembro de 2014, chegou ao asteroide Ryugu em 27 de junho de 2018 e permaneceu a uma distância de cerca de 20 km para estudar e mapear o asteroide.
Posteriormente, na semana de 16 de julho de 2018, as operações foram iniciadas para reduzir essa altitude pairando. Desta forma, a 21 de setembro de 2018, a Hayabusa2 ejetou os primeiros dois robôs, o Rover-1A e o Rover-1B, a cerca de 55 metros de altitude, que caíram independentemente na superfície do asteroide.
A carga útil da Hayabusa2 incorpora vários instrumentos científicos:
- Sensores remotos: Câmara de Navegação Ótica (ONC-T, ONC-W1, ONC-W2), Câmara de Infravermelho Próximo (NIR3), Câmara de Infravermelho Térmico (TIR), Deteção de Luz e Alcance (LIDAR)
- Recolha de amostras: dispositivo de amostragem (SMP), pequeno Impactador de mão (SCI), câmara implantável (DCAM3)
- Quatro robôs: Scout de superfície de asteroide móvel (MASCOT), Rover-1A, Rover-1B, Rover-2.
Que interesse tem a missão?
Asteróide 162173 Ryugu (anteriormente designado 1999 JU 3) é um primitivo asteroide carbonoso próximo da Terra. Nesse sentido, espera-se que os asteroides carbonáceos preservem os materiais mais primitivos do Sistema Solar, uma mistura de minerais, gelo e compostos orgânicos que interagem entre si.
Desta forma, prevê-se que o estudo forneça conhecimentos adicionais sobre a origem e evolução dos planetas interiores e, em particular, a origem da água e compostos orgânicos na Terra, todos relevantes para a origem da vida na Terra.