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Astrónomos intrigados com uma misteriosa força oculta que está a gerar água na Lua

Apesar de já termos pisado o nosso satélite natural, ainda sabemos muito pouco sobre ele. De tal forma que as últimas missões descobriram factos relevantes que continuam por explicar. Principalmente no que respeita à existência de água. Segundo os investigadores, há uma misteriosa força oculta a gerar água na Lua.


A água gelada da Lua foi enviada pela Terra?

Com tanta tecnologia em cima e à volta da Lua, sabemos com alguma segurança que há gelo na Lua – o que é menos claro é de onde veio. Um novo estudo sugere que ondas de eletrões, que chegam indiretamente da Terra e do Sol, estão a contribuir para a formação de água congelada na superfície lunar.

Estes eletrões atingem a Lua quando esta entra e sai da cauda magnética da Terra, que o nosso planeta deixa para trás à medida que avança pelo espaço.

No interior da cauda magnética existe uma camada de plasma constituída por eletrões e iões altamente carregados, provenientes da atmosfera da Terra e da radiação do vento solar.

Gráfico que mostra a magnetosfera e a camada de plasma. (Crédito da fotografia: NASA/Goddard/Aaron Kaase)

Os cientistas já analisaram anteriormente o papel que a cauda magnética e a magnetosfera podem desempenhar na formação da água lunar. A magnetosfera é criada quando o campo magnético protetor da Terra repele o vento solar do Sol, criando uma variedade de efeitos no seu rasto.

Isto proporciona um laboratório natural para estudar os processos de formação da água da superfície lunar.

Quando a Lua está fora da cauda magnética, a superfície lunar é bombardeada pelo vento solar. Dentro da cauda magnética, quase não há protões do vento solar e esperava-se que a formação de água caísse para quase zero.

Refere o cientista planetário Shuai Li da Universidade do Havai em Mānoa.

No entanto, a análise remota sugere que não é esse o caso. Estudos anteriores apontavam para que os iões de hidrogénio dos ventos solares gerassem água na Lua, mas parece que esta água continua a formar-se quando a superfície lunar está protegida dos ventos solares, no interior da cauda magnética.

Os investigadores pensam que há outras forças em jogo – especificamente, os eletrões. Uma das formas de isto acontecer é a reação de eletrões de alta energia com o solo lunar, libertando hidrogénio aprisionado que pode então formar água.

Na cauda magnética, pode haver processos de formação adicionais ou novas fontes de água não diretamente associadas à implantação de protões do vento solar. Em particular, a radiação por eletrões de alta energia apresenta efeitos semelhantes aos dos protões do vento solar.

Acrescentou Li.

Serão necessárias mais observações e experiências na superfície lunar para ter a certeza, mas é uma proposta interessante – uma das muitas que os cientistas estão a analisar para tentar determinar a origem da água da Lua.

E há muitas razões pelas quais a origem da água na Lua fascina os cientistas: ensina-nos mais sobre o seu passado e é também vital para descobrir como poderíamos viver a longo prazo na superfície lunar.

No conjunto, esta descoberta e as minhas anteriores descobertas de polos lunares enferrujados indicam que a mãe Terra está fortemente ligada à sua Lua em muitos aspetos não reconhecidos. Concluiu o investigador da Universidade do Havai.

Até a humanidade voltar a pisar o solo lunar, muitos enigmas permanecerão por decifrar, entre eles está a proveniência da água que dizem haver em abundância.

 

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