Há cerca de uma semana ficamos a saber que ocorreu um problema grave num dos mais emblemáticos telescópios da NASA, o Hubble. Este equipamento entrou em modo de segurança devido a uma falha no computador interno. Apesar da sua idade, este ainda é um telescópio muito especial para a humanidade, pois deu-nos algumas das descobertas astronómicas mais importantes da história.
Agora a NASA tem um plano para o recuperar, mas para já tudo é teoria, será que vai funcionar na prática?
Hubble está doente, mas não morreu!
O computador de carga útil do telescópio espacial desligou as suas operações no dia 13 de junho e entrou automaticamente em modo de segurança. Quer isso dizer que em teoria o telescópio ainda está a funcionar, contudo, este não ligará ou realizará operações até que o computador seja reparado.
Quase 1 mês depois o Hubble ainda não dá sinal de vida apesar de a NASA o ter tentado reparar a partir da Terra. As ações realizadas pela agência espacial tentaram primeiro reiniciar o computador, sem sucesso, e tentaram substitui-lo por outro computador que o Hubble possui.
Conforme já tínhamos referido, dentro do telescópio espacial existem dois computadores idênticos, um é o computador operacional e o segundo é o computador que entrará em funções caso o primeiro falhe. Agora, o primeiro falhou e o segundo não arranca.
Tecnologia com 47 anos recusa-se a voltar ao ativo
A NASA deparou-se com duas grandes dificuldades ao tentar reparar o Hubble. A primeira tem a ver com a idade dos componentes, a segunda, como é óbvio, com a distância.
Portanto, falamos de um computador criado em 1974, isto é, tecnologia com mais de 47 anos.
Há factos que ainda são surpreendentes no que toca a estes dispositivos espaciais. Um dos mais admiráveis é o tempo em que este telescópio esteve a funcionar sem nunca ter avariado. Este é o telescópio mais importante do mundo.
Para além da idade, temos de considerar que este telescópio não está instalado no cimo de uma montanha ou no meio de um deserto aqui na Terra.
O telescópio está no espaço, a orbitar o nosso planeta. Portanto, a solução é repará-lo remotamente ou, em última instância, enviar astronautas para fazer a substituição do hardware avariado.
No entanto, há um facto que complica está segunda opção, isto é, a NASA já não tem um vaivém espacial que já permitiu fazer este tipo de reparações no espaço.
Mas, então qual é a solução teórica encontrada?
Conforme foi anunciado pela NASA os especialistas vão tentar ligar o backup do Hubble comannd unit/cientific data format (cu/sdf).
Este componente é responsável por enviar e formatar comandos e dados no telescópio. Em princípio, poderá ajudar a ativar a memória de backup do computador, substituindo assim a memória que, em teoria, se acredita estar defeituosa.
A NASA afirma que na última semana testou este procedimento em simulações no terreno para verificar a viabilidade. Assim, há esperança que a teoria funcione na prática.
Se tudo correr como planeado, a alteração pensada para o Hubble poderá acontecer na próxima semana após terminarem os procedimentos de testes correspondentes. Por outras palavras, a agência terá de fazer avaliações de risco e procedimentos detalhados, antes de ser executado qualquer comando no Hubble. Um passo errado e perde-se este telescópio para sempre.
Para já, o Hubble continuará em modo de segurança e sem nos enviar qualquer observação científica.
Conforme sabemos, espera-se que este telescópio fique ativo pelo menos até 2040. Contudo, antes disso, entrará em funcionamento aquele que será o mais avançado telescópio alguma vez produzido, o James Webb, o substituto do Hubble.