Os números da procura, compras e encomendas do iPhone SE estão melhores do que o esperado. Contudo, segundo os analistas, as vendas em geral do iPhone vão cair de 20 a 25% neste trimestre. Na causa está a terrível pandemia da COVID-19.
Os problemas começaram primeiro no fornecimento de materiais, depois na mão de obra e depois alastrou-se ao consumo. O mercado dos smartphones poderá ser substancialmente afetado nos próximos meses.
Vendas do iPhone SE não ajudarão a parar o tombo
O novo low-cost da Apple, o iPhone SE, está a vender melhor do que era o esperado. Esta análise baseia-se no tempo de envio dos equipamentos que a Apple tem em stock, segundo uma nota de investigação do analista da TF Securities, Ming-Chi Kuo.
No entanto, ele ainda prevê que as vendas do iPhone, no trimestre que fecha em junho, possam cair 20% ou 25%, em relação ao ano homólogo. A razão é clara, a procura caiu com o terrível momento em que o mundo está embrulhado: a COVID-19.
A Apple alertou, em fevereiro, que não alcançaria as suas metas de vendas no trimestre de março, devido à redução da procura na China e a problemas de produção decorrentes da resposta do país ao novo coronavírus. No entanto, o aviso da Apple foi feito antes da pandemia se espalhar globalmente e antes das suas lojas nos Estados Unidos, incluindo a sede da Apple, na Califórnia, começassem a fechar.
iPhone SE: o smartphone Apple da crise COVID-19
Na semana passada, a empresa de Cupertino lançou um novo iPhone no meio da crise – o primeiro iPhone lançado sem um grande evento de lançamento. O iPhone SE usa um design clássico do iPhone, que foi introduzido pela primeira vez em 2014, atualizado com chips e câmaras modernas. É o telefone com preço mais baixo da linha atual da Apple, a partir dos 499 euros em Portugal.
O analista argumenta que a forte receção do iPhone SE sugere que os consumidores estão a gravitar para telefones de preço mais baixo, o que tem implicações nos negócios da Apple e nas empresas que fornecem peças.
O desafio mais difícil da COVID-19 para as marcas de smartphones é o impacto negativo na confiança do consumidor ou no poder de compra após o surto de pandemia, resultando em consumidores a preferir modelos de preço/ especificação mais baixos ou parar de comprar smartphones.
Escreveu Kuo.
Apesar de um lançamento animado deste novo iPhone, o otimismo é pouco sobre as vendas do iPhone no trimestre de junho. Isto, porque em todo o mundo as vendas abrandaram com a expansão da COVID-19, com prejuízos na confiança e na procura do consumidor.
Reduzimos a estimativa de vendas do iPhone no 2T20 em 30%, para 35-37 milhões de unidades, devido a impactos negativos da COVID-19. Mas pode ter um risco ainda mais negativo.
Referiu o analista da TF Securities, Ming-Chi Kuo.
Apple poderá apresentar iPhone 12 só em 2021?
Depende do impacto da pandemia e da recuperação da “normalidade”. Segundo o analista, os investidores da Apple e a sua cadeia de fornecedores devem concentrar-se mais nos efeitos que a pandemia está a causar na procura do consumidor e não na capacidade da Apple de lançar novos produtos.
Ele escreve que a Apple fez grande parte do seu trabalho essencial de design e verificação, deixando em standby os parceiros das fábricas asiáticas, e que há uma “probabilidade” de que novos modelos de iPhone entrem em produção em massa, em setembro e outubro, dependendo da complexidade dos seus designs e de suportarem o serviço 5G de ondas milimétricas.
A Apple lançou historicamente novos iPhones, em setembro. No entanto, como já foi avançado antes, a empresa pode adiar o lançamento do modelo 2020 para a primavera de 2021, acrescentou Kuo.
Estes e outros dados serão verificados aquando da apresentação dos resultados do trimestre, que acontecerá a 30 de abril.