Para quem tem seguido este segmento de serviços que a Apple lançou no iPhone 14, seguramente não estará surpreendido. A empresa de Cupertino, depois de garantir quase toda a capacidade da Globalstar e de investir 450 milhões de dólares no seu programa Advanced Manufacturing Fund, precisa de estender as funcionalidades, como apontam os indícios e rumores. Nesta altura, a SpaceX será a empresa com a maior capacidade para ajudar a expandir os serviços de comunicação via satélite a partir do iPhone.
SpaceX, Globalstar e Apple… juntas
A Globalstar, parceira da Apple na área dos satélites, assinou um contrato com a SpaceX de Elon Musk para lançar novos satélites que serão utilizados para atualizar a rede de comunicações para a função de SOS Emergência via Satélite dos iPhones, de acordo com informações partilhadas.
Segundo o acordo entre as duas empresas divulgado num documento da SEC, a Globalstar pagará à SpaceX 64 milhões de dólares (cerca 60 milhões de euros). Os pagamentos serão escalonados entre 2023 e 2025, quando a SpaceX planeia lançar os satélites.
A Apple lançou o serviço de SOS Emergência via Satélite há quase um ano, quando apresentou o iPhone 14. A tecnologia permite que o iPhone 14, o iPhone 14 Plus, o iPhone 14 Pro e o iPhone 14 Pro Max contactem os serviços de emergência quando não há ligação Wi-Fi ou GSM disponível.
A funcionalidade permite também que os utilizadores destes iPhones, assim como Apple Watch Series 8 e Apple Watch Ultra, possam usar a Rede Encontrar para enviar a localização aos contactos via satélite, caso nenhuma outra tecnologia de comunicação esteja disponível. Veja aqui como funciona:
Neste âmbito, a Globalstar é a empresa parceira da Apple que gere os satélites em questão.
Mas a Apple irá fornecer outros serviços por satélite?
A Apple nunca falou que iria fornecer aos seus utilizadores comunicações via satélite para chamadas ou até para fornecimento de internet. Contudo, alguns rumores e uma patente encontrada para fornecer outros serviços via satélite levantam algumas questões. Aliado a isto, está também a limitação de dois anos para o serviço gratuito SOS Emergência via Satélite que a Apple anunciou.
Conforme estarão recordados, no lançamento, a empresa disse que o recurso seria gratuito durante dois anos, mas ainda não deu nenhuma indicação de quanto poderá custar depois desse período. Os 64 milhões de dólares que a Globalstar está a pagar à SpaceX são provavelmente apenas uma fração do custo de operação dos satélites, pelo que faz sentido que a Apple acabe por cobrar a quem quiser utilizar a opção SOS.
A Globalstar concordou em atribuir 85% da sua capacidade de rede atual e futura aos iPhones da Apple, fornecendo e mantendo todo o pessoal, software, sistemas de satélites e afins, mantendo padrões mínimos de qualidade e cobertura.
O serviço está disponível em França, Bélgica, Canadá, Áustria, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e, naturalmente, nos EUA.