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Apple Watch e outros wearables podem detetar diabetes

Não há dúvidas que as empresas por trás dos “equipamentos vestíveis”, como são o Apple Watch, vários outros smartwatches e bandas fitness, estão a estudar e a descobrir formas de tornar o uso destes gadgets numa necessidade. Ao que parece, o ramo da saúde é o caminho.

Num novo estudo, elaborado pela Universidade da Califórnia em São Francisco, foram recolhidos dados de mais de 14 mil utilizadores do Apple Watch e Android Wear. Os dados, relativos à frequência cardíaca, mostraram que estes equipamentos podem detetar sinais precoces de diabetes.


“Vestíveis” contra a diabetes

Por várias vezes temos dado ênfase à forma como a Apple e outras empresas pesquisam a fórmula certa para tornar os smartwatches numa necessidade do dia a dia. No passado demos conta inclusive que o Apple Watch tinha sido usado para detetar apneia do sono e hipertensão.

A mesma aplicação agora, a Cardiogram, está envolvida num estudo em grande escala que demonstra ser possível o Apple Watch e outros wearables detetar sinais iniciais de diabetes. O estudo – da responsabilidade da Universidade da Califórnia e da Health startup Cardiogram – foi capaz de determinar que 463 participantes tinham diabetes não diagnosticados.

O cofundador do Cardiogram, Johnson Hsieh, explicou como a condição pode ser diagnosticada recorrendo a nada mais do que dados da frequência cardíaca:

O seu coração está ligado ao seu pâncreas através do sistema nervoso autónomo. À medida que as pessoas desenvolvem os estágios iniciais do diabetes, o seu padrão de variação da frequência cardíaca altera-se. Em 2015, o estudo do coração de Framingham mostrou que a frequência cardíaca de alto repouso e a baixa variabilidade da frequência cardíaca preveem quem desenvolverá diabetes ao longo de um período de 12 anos. Em 2005, o estudo ARIC mostrou que a variabilidade da frequência cardíaca diminui mais rapidamente nos diabéticos do que nos não diabéticos durante um período de 9 anos

Os dados recolhidos pela aplicação Cardiogram foram analisados ​​pela DeepHeart, uma rede neuronal pioneira na recolha e análise de dados recolhidos pelos sensores do Apple Watch.

Foram recolhidas informações de 14.011 utilizadores do Cardiogram para Apple Watch e Android Wear. Estes voluntários foram recrutados no Health eHeart Study da UCSF. Depois, forma registados semanalmente cerca de 33628 dados do sensor cardíaco que foram usados para treinar uma rede neuronal profunda, apresentando amostras de pessoas com e sem diabetes, hipertensão, apneia do sono, fibrilação auricular e colesterol alto.

A taxa de precisão foi de 85% – boa o suficiente para justificar novos exames médicos para confirmar o diagnóstico. O DeepHeart já foi usado para detetar hipertensão arterial (pressão arterial alta crónica), apneia do sono e fibrilação auricular.

Estes estudos foram apresentados nas sessões científicas anuais da American Heart Association em novembro de 2017 e Heart Rhythm Society em maio de 2017.

Leia aqui o documento completo sobre o estudo:

deepheart_aaai_2018

 

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