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Apple tenta salvaguardar a sua produção com negócio milionário

A Apple sempre foi dependente de outras marcas do mundo tecnológico para conseguir obter componentes chave para os seus produtos. Mas a empresa sabe que não pode depender de terceiros e ao longo dos anos tem tentado resolver esse problema.

Um caso exemplificativo é a sua dependência em relação à Samsung, isto porque a Samsung é a única empresa com capacidade para fornecer os novos ecrãs OLED, situação que deixa a Apple sem margem de manobra para negociar e, por isso, se diz que cada ecrã do novo iPhone 8 custa entre 120 e 130 dólares, o dobro dos ecrãs dos iPhones anteriores. Mas não há dependência só nos ecrãs, a Apple depende de mais fornecedores, contudo, há coisas que o dinheiro pode comprar.


Segundo a informação que tem circulado na imprensa internacional, a Apple estará prestes a realizar um dos maiores investimentos da sua história: um investimento de 3 mil milhões de dólares na secção de chips da Toshiba.

 

Entenda este negócio…

Aparentemente, a Toshiba enfrenta sérias dificuldades financeiras, provocadas pela perda de capital com o negócio de energia nuclear nos EUA, e estará perto da falência. Os bancos têm estado a apoiar a gigante japonesa mas, ainda assim, a Toshiba pretender vender a sua parte de microchips a investidores norte-americanos, de modo a recuperar a sua estabilidade.

A Apple está pronta a investir de modo a obter 16% do negócio de chips da Toshiba num negócio juntamente com a Dell, e que tem como intermediário a Bain Capital, uma empresa norte-americana que fornece apoio a negócios.

Ao que tudo indica, um contrato de promessa de compra e venda já foi assinado pela Apple e pelas duas entidades. Nesta altura, estas entidades estarão a tentar que a compra seja concluída até ao final deste mês.

 

Qual é o interesse da Apple?

Todo este negócio vai ao encontro dos interesses da Apple, já que a marca depende inteiramente da Toshiba para obter as placas de memória NAND para os seus iPhones e, por isso, quer continuar a contar com uma fonte segura para se abastecer.

Flash NAND

A memória flash NAND trabalha em alta velocidade, faz acesso sequencial às células de memória e trata-as em conjunto, isto é, em blocos de células, em vez de conseguir acesso individualmente. Essa arquitetura foi introduzida pela Toshiba em 1989. Cada bloco consiste num determinado número de páginas. As páginas são tipicamente 512, 1024, 2048 ou 4096 bytes em tamanho. A página é associada a alguns bytes (tipicamente 12-16 bytes). Atualmente, são os tipos de memória mais usados em dispositivos portáteis e móveis.

Além disso, uma outra empresa também interessada neste investimento seria a Wester Digital, que nos últimos anos tem vindo a adquirir várias empresas do ramo tecnológico, como por exemplo a SanDisk.

No entanto, o mais preocupante para a Apple é o facto de grande parte da indústria de chips estar dominada pela Samsung. De facto, a empresa asiática domina cerca de 40% do mercado. Se a Western Digital adquirisse o negócio de chips da Toshiba, quase todo o setor ficaria apenas controlado por duas empresas, tornando a negociação para a compra de chips para iPhones e iPads muito mais complicada.

Por isso, comprar a parte da Toshiba é uma forma de reduzir essa dependência.

 

Conclusão

Como seria de esperar, Tim Cook anda atento e não quer ficar dependente de outras marcas para que os produtos da Apple possam ser fabricados. É de lembrar os leitores que a Apple já depende da Samsung no que toca ao fornecimento de ecrãs OLED para o iPhone X, para além de outros componentes internos, como por exemplo os processadores. Estes são desenhados pela engenharia Apple mas o seu fabrico está na mão de terceiros e poucos têm a capacidade de fabricar milhões de unidades que a Apple necessita para cada dispositivo que coloca no mercado.

Até ao final do mês devemos ter mais confirmações acerca deste investimento da Apple, que deverá estar prestes a ser concluído.

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