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Análise: Samsung Galaxy Note10+, o melhor topo de gama da atualidade?

O mercado está recheado de smartphones. São inúmeras as marcas que se destacam no segmento de topo e começa a ficar difícil dizer que um modelo é melhor que outro. Serão os pequenos pormenores ou a interface que ditarão a diferença e a escolha do consumidor. A linha Note da Samsung, é uma das que ainda se distingue de toda a concorrência, pela inclusão de uma caneta.

Mas isso fará do novo Samsung Galaxy Note10+ o melhor topo de gama?


Samsung Galaxy Note, a evolução

Foi em 2012, ano do grande Samsung Galaxy S III, que a Samsung deu início a uma nova era de produtos: os Galaxy Note.

O primeiro modelo vinha já com um ecrã Super AMOLED de 5,3″, com Android 4.4, 1 GB de RAM e 16 GB de armazenamento interno e até com NFC. E sim, já vinha com aquilo que hoje conhecemos como S Pen.

A evolução foi acontecendo e o sucesso da linha Note foi crescente até ao dia em que o primeiro Note7 explodiu. Problemas graves na bateria deste smartphone, obrigaram a Samsung a suspender as suas vendas e a recolher todas as unidades colocadas no mercado.

Muito se especulou quanto à continuidade desta linha, no entanto, a Samsung não desistiu dela e no ano seguinte lançou o Note8 completamente renovado. Seguiu-se o Note9 e hoje brilha o Note10… Mas será que este continua a ser um conceito vencedor?

Samsung Galaxy Note 10+, as especificações gerais

Não há dúvidas de que a linha Note ainda se distingue no segmento de topo pela sua S Pen e pela produtividade que a ela está associada. Mas depois de tantos topos de gama testados e de tantos modelos da linha Note a verdade é que marca está a precisar de dar um passo mais além para voltar a surpreender.

O novo Note10+ integra algumas das grandes novidades do S10+, como é habitual na gama, contando, evidentemente com algumas melhorias. A posição da câmara frontal foi ajustada, na traseira recebeu uma câmara ToF, o processador melhorou, já está projetado para o 5G, mas perdeu o jack de áudio de 3,5mm.

Assim, o Note 10+ apresenta-se como um smartphone de topo com ecrã Dynamic AMOLED, de 6,8 polegadas. A resolução é quadHD+, ou seja, de 1440 x 3040 píxeis, com um rácio de 19:9. Além disso, o ecrã tem tecnologia HDR10+ e proteção Gorilla Glass 6.

O processador que oferece para o mercado europeu é o Exynos 9825 de 7nm, um octa-core de 2 x 2.73 GHz Mongoose M4 e 2 x 2.4 GHz Cortex-A75 e 4 x 1.9 GHz Cortex-A55. A GPU é Mali-G76 MP12.

Há que referir que o Note10+ está disponível em duas versões de 12 GB de RAM, uma com 256 GB e outra com 512 GB de armazenamento interno.

Relativamente às câmaras, o módulo principal da traseira é o mesmo que existe no S10+. Contudo, a Samsung adicionou-lhe uma quarta câmara ToF dedicada às fotografias com efeito de profundidade e às próprias funcionalidades 3D e de realidade aumentada. Na frente, no entanto, ao invés de 2 câmara como o S10+, o Note 10+ apenas incluiu uma de 10 MP.

Som, conectividade, sensores e bateria

No parâmetro do som, o Note10+ oferece tecnologia Dolby Atmos/AKG sound e uma verdadeira reprodução em stereo. No entanto, como já foi referido, o jack de 3,5mm foi apagado desta linha de topo…

Adicionalmente, conta com Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac/ax, Bluetooth 5.0, GPS com A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO e ainda NFC. Curiosamente, o módulo de sensores inúteis foi finalmente abolido. Falo concretamente dos sensores de batimentos cardíacos e SpO2. No entanto, os outros sensores úteis e necessários mantém-se.

O Note10+ inclui uma bateria de 4300 mAh com carregamento rápido de 25W. Além disso, permite carregamento sem fios a 15W e permite também fazer carregamento reversível a 9W.

Finalmente, destaco o facto de inclui sensor de impressões digitais integrado no ecrã e de poder ser utilizado o reconhecimento facial.

Na caixa

A Samsung com o Galaxy S10 começou a criar caixas mais compactas e amigas do ambiente. Neste caso, o conceito mantém-se. Os pequenos acessórios vêm envoltas em embalagens de cartão e o único plástico que existe é o que reveste a capa traseira do smartphone.

O conteúdo da caixa é, portanto, o seguinte:

Construção e Design

A Samsung lançou os novos Note com uma construção em vidro em cores “aura”. Nomeadamente, o Glow, Branco, Preto e Azul. Concretamente, o Glow é aquele modelo que apresentam traseira numa única cor, mas que dependendo da incidência de luz, esta poderá refletir diversas outras cores.

Estas estruturas em vidro espelhado são bastante elegantes e o smartphone reflete mesmo uma qualidade premium. Mas continuamos a ter sempre o mesmo problema: as dedadas.

Desta vez a essência da Samsung mudou bastante naquilo que é o seu design. Ao contrário dos modelos anteriores, não é à primeira que identificamos a marca nos traços do smartphone.

Em primeiro lugar, a grande diferença vai para a posição do módulo das câmaras. É certo que as gamas inferiores há algum tempo que apresentam o módulo das câmaras no canto superior direito, contudo, o Note10 e o Note 10+ são os primeiros topos de gama a ganhar tal posição de câmaras.

No caso do Note10+, ao lado das três câmaras principais, vem o flash LED, e a câmara ToF, auxiliada por outros sensores de análise de profundidade. Ainda na traseira, destaca-se a inscrição da marca ao centro.

O fim do botão Bixby (finalmente)

Uma das minhas “embirrações” com últimos modelos da Samsung prendia-se com o botão exclusivamente dedicado à Bixby. O botão era demasiado intrusivo, um pequeno toque fazia com que a assistente virtual aparecesse sem haver necessidade.

Agora, a Bixby continua presente e com os seus atributos a funcionar na perfeição. No entanto, para a acionar passa a ser necessário premir o botão de Power durante algum tempo. Aliás, agora tanto o botão de volume como de Power estão posicionados na lateral direita.

Ainda nas laterais, em baixo existe o microfone, a porta USB Tipo-C, o altifalante e ainda a entrada para a S Pen (e respetiva caneta). À esquerda não existe nenhum elemento e em cima existe um outro microfone de cancelamento de ruído e, finalmente, o slot para os cartões nanoSIM (ou nanoSIM + MicroSD).

O ecrã

Na frente temos ecrã. Desta vez a Samsung conseguiu ir ainda mais além com a proporção de ecrã face à estrutura do equipamento, oferecendo assim uma área ocupada pelo ecrã superior a 90%. Este ecrã é de 6,8″ e a câmara perfurada é menos intrusiva que nos modelos Galaxy S.

Apesar de ser menos intrusiva, até menos que os típicos recortes que caem da estrutura, a atenção ainda acaba por ser desviada para lá quando se está a ver conteúdo multimédia.

Algo que ficou bastante bem colocado, foi o altifalante para chamadas e reprodução de som em stereo. É quase impercetível em toda a estrutura, mas a reprodução de som é de bastante qualidade. Tal como os S10, este é um dos que melhor qualidade de som oferece no mercado de topo.

Falando concretamente do ecrã, este Dynamic AMOLED é absolutamente fantástico. Tem uma adaptação perfeita às variações de luminosidade, apresenta uma excelente reprodução de cores e um contraste incrível. Não há nada de negativo a apontar.

Para quem for menos delicado na utilização, as margens tão reduzidas poderão ser um problema, com toques indesejados nas extremidades do ecrã.

A segurança

Ao nível da segurança, a Samsung oferece o sensor de impressões digitais ultrassónico, embutido no ecrã. Este é um sistema mais seguro, uma vez que não se limita à informação da primeira camada de pele. A natureza 3D desta técnica de captura torna-a numa alternativa ainda mais segura relativamente aos sensores capacitivos.

Saiba mais sobre Sensores biométricos aqui.

O sensor surge “escondido” no ecrã, mas é facilmente decorável. Além disso, com um simples toque no ecrã, é mostrado o local exato para colocação do dedo para desbloqueio. A eficiência do sensor é boa e cumpre com o exigido.

O Note10 dispõe também do método de reconhecimento facial como forma de desbloqueio. No entanto, este não é um método seguro e Samsung alerta bem para esse facto. Assista ao seguinte vídeo efetuado com o S10+ que funciona da mesma forma:

A Interface Samsung One UI

Os novos smartphones vêm equipados com Android na versão 9.1, mas evidentemente modificada pela One UI da Samsung. Além disso, em breve deverá receber o novo Android 10.

Visualmente, não existem alterações face àquilo que conhecemos no S10, contudo, existem características específicas e adaptas à S Pen.

Funcionalidades da S Pen

A S Pen surge numa versão melhorada e com mais funcionalidades dedicadas. É de referir que tem uma bateria integrada, que carrega quando acoplada ao smartphone. A sua autonomia é de cerca de 10 horas e carrega em apenas 10 minutos.

Com Bluetooth, a S Pen serve de controlo remoto para várias ações. Por exemplo, com um clique é possível navegar por uma apresentação, reproduzir e pausar vídeos ou tirar fotos.

Há depois o controlo por gestos. A título de exemplo destaco o controlo da câmara. Ao mover a S Pen no sentido horário ou anti-horário é possível alterar o ângulo da câmara e captar uma foto de grupo aproximada ou todo o panorama. Outro dos gestos poderá ser para controlar o volume de som, ao apontar a caneta para cima ou para baixo.

No que respeita à escrita, a deteção de texto escrito à mão e respetiva exportação para texto digital, é notoriamente mais eficaz que nas versões anteriores.

Uma das novidades em termos de funcionalidades está associada à tendência 3D e de realidade aumentada. Com “Rabiscos AR” é possível captar um vídeo ou uma foto e adicionar-lhes elementos criativos, que interagem com a imagem em simultâneo. Esta opção, no entanto, será mais útil para aqueles que trabalham com redes sociais e com criação de conteúdo multimédia.

Este é sem dúvida o acessório que aumenta a produtividade de um smartphone de topo. Talvez por isto, a Samsung não queira largar este conceito Note, quando as diferenças para a linha S são tão ténues.

Desempenho

Estando perante um dos mais atuais topos de gama do mercado, não se espera mais que um desempenho de excelência. De facto, é o que temos. Todas as tarefas foram cumpridas na perfeição. Não foram detetados bloqueios nem atrasos na execução de tarefas.

Como meio de comparação corremos os testes de benchmark da Antutu e Geekbench e os resultados foram evidentemente, muito semelhantes aos do Galaxy S10+.

Fotografia e vídeo

As câmaras tal como referi são as mesmas inclusas no S10+, pelo menos na traseira. No entanto, ajustes nos sensores, em termos de abertura ou tamanho de algumas lentes. Além disso, exite um módulo extra dedicado ao 3D e que ajuda a ter melhores resultados nas fotos com efeito de profundidade. Se na traseira agora existem quatro câmaras, na frente passa a haver só uma. Será isto um problema?

Câmaras traseiras:
Câmaras frontais:

A app dedicada às câmaras não apresenta grandes novidades, face à do Galaxy S10. Posso destacar alguns modos de captura presentes, nomeadamente o Live Focus, Pro, Panorama, Alimentos, Câmara lenta e Movimento Rápido. Recentemente, a Samsung adicionou o modo Instagram. Ao captar uma foto esta é logo encaminhada para a edição de Histórias do Instagram.

A inteligência Artificial

Antes de modos automáticos e dos modos com inteligência artificial de captação de fotos, eu prefiro o modo manual. Contudo a Samsung faz um bom trabalho neste campo. Além disso, o efeito estrelado do modo de noite foi finalmente melhorado (um problema do S10).

De um modo geral as fotografias revelam grande detalhe e grande qualidade. Realmente merecedora de um lugar de topo no que respeita a este requisito.

Há, no entanto, alguns pormenores que deixam a desejar, nomeadamente nas fotos em ambientes muito escuros. Como o modo noturno ativado, as fotografias demonstram grande qualidade. Contudo, tanto com a câmara frontal, como com a câmara principal, em modo normal, os resultados não são os mais satisfatórios.

O efeito desfocado criado por ambas as câmaras é bastante bom e é notória uma melhoria face a modelos anteriores da marca.

Outros exemplos

Autonomia

O Samsung Galaxy Note10+ vem equipado com uma bateria de 4300 mAh. A grande particularidade desta bateria prende-se com o facto de já permitir carregamento rápido a 45W. Contudo, o carregador disponibilizado não oferece tal potência. Ainda assim, é um carregador de 25W.

Outra das particularidades, prende-se com o facto do carregamento ser feito através de um cabo USB Tipo-C/USB Tipo-C, em conformidade com o padrão USB Power Delivery 3.0.

Mas vamos a resultados. Quanto tempo demora o smartphone a carregar a 25W? Nos primeiros 30 minutos, a bateria carrega até aos 60%, um valor absolutamente surpreendente e bastante satisfatório.

Além do carregamento rápido com fios, o Note10+ também suporta carregamento rápido sem fios a 15W. Mas a tecnologia da bateria não se fica por aqui. O Note10+ tem ainda tecnologia de carregamento invertido, que permite carregar outros gadgets, sem fios, a 9W.

Relativamente à autonomia propriamente dita, o Samsung Galaxy Note10+ consegue perfeitamente um dia de utilização. Foi notória uma utilização de mais 2 a 3 horas por dia que o Samsung Galaxy S10+, pelo que se aproxima assim mais do que o que a concorrência oferece.

Verdicto

A questão de veredicto que se colocar será então se vale ou não a pena o investimento num smartphone de cerca de 1000 €. O Galaxy Note10 está disponível por 979,99 € e o Galaxy Note10+ por 1129,99 €.

Consideranto que este preço está na linha dos demais topos de gama, que o seu desempenho corresponde também ao exigido nessa gama e que a qualidade fotográfica é de grande qualidade, então a resposta é sim. Esta é uma boa opção de topo.

Mas nesta ponderação há um fator extra a considerar e que poderá ser decisivo para muitos utilizadores: a S Pen. A produtividade extra que a S Pen oferece torna o Note10+ (e mesmo a versão base) num modelo ainda mais interessante do que a restante concorrência oferece.

Atualmente, os smartphones de topo encontram-se todos numa gama de preços muito equilibrada, ainda que elevada, e os recursos que oferecem encontram-se também todos muito semelhantes. É no design, na interface de utilizador e, na linha de topo, também no próprio sistema operativo, que o utilizador poderá dirigir as suas preferências. Contudo, no Note é diferente. Sem ter que haver investimento extra, o utilizador tem nas suas mão mais produtividade.

Há ainda que referir um outro aspeto de produtividade extra que, mesmo não sendo um exclusivo deste Note, é mais uma vantagem que merece destaque. Falo da Samsung DeX que permite dar continuidade ao trabalho executado no smartphone, para o PC (seja Windows ou Mac. E tudo isto através de uma simples ligação USB.

O Pplware agradece à Samsung a cedência do Galaxy Note10+ para análise.

Samsung Galaxy Note10 | Note10+

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