Para além do backup
Há três coisas que podemos ter como certas na vida: os impostos, a morte e… que o seu disco rígido irá falhar em breve. Contudo, destas três inevitabilidades, só relativamente à primeira podemos recorrer a um calendário e prevenir o pior. Felizmente, é também possível mitigarmos as consequências da última.
Vem isto a propósito do World Backup Day , que se assinala hoje em todo o mundo e foi criado para chamar a atenção da necessidade de proteger os dados num mundo cada vez mais digital. E esta digitalização da nossa vida acontece a todos os níveis: individual, familiar e empresarial. São os contactos, imagens e notas que temos no nosso smartphone; as fotos das férias, as músicas e os vídeos (ou a tese de mestrado…) que temos espalhadas pelos computadores lá de casa; e, num número crescente de empresas de todas as dimensões, os dados que são críticos para a própria continuidade do negócio.
De acordo com o estudo da IBM “2016 Cost of Data Breach Study: Global Study”, só o custo provocado pela perda de registos de dados (“data records”) varia entre 80 e 355 dólares, consoante o setor de atividade afetado. Mas estamos a falar de valor por unidade perdida. Imagine-se os custos multiplicados pela perda de centenas, milhares ou até mesmo milhões de registos de dados…!
A má notícia é que quer estejamos a falar na segurança dos dados em nossa casa (onde a perda das fotos da família poderá não trazer um prejuízo monetário mas representa certamente um forte prejuízo emocional) ou na nossa empresa (onde, em casos extremos, a perda de dados pode pôr em causa a continuidade da sua atividade), uma solução de backup bem implementada pode realmente resolver o problema como se ele nunca tivesse acontecido.
Com a proliferação de soluções de cópia de segurança de dados fáceis de implementar e de custo moderado, o difícil é encontrar uma boa razão para não termos um sistema de backup. Mas atenção!, um “sistema de backup” não é um disco USB externo que se liga a um computador…
O melhor backup
Há quatro principais razões que podem levar à perda de dados: desastres naturais (incêndio, inundação…); falha mecânica (que, como comecei por dizer, é uma inevitabilidade no que diz respeito aos discos rígidos – e até mesmo aos SSD); crime ou roubo; e erro humano.
A palavra-chave para uma solução de backup digna desse nome, capaz de dar resposta a qualquer um destes problemas, é “redundância”. Neste caso, quanto maior a redundância, melhor, muito embora tudo acabe por se reduzir a uma análise custo-benefício: afinal, podemos pensar em sistemas redundantes que são eles próprios protegidos… e assim sucessivamente.
Na sua forma mais básica, um sistema de cópia de segurança de dados deverá assegurar que cada dado (ficheiro, entrada de base de dados, imagem, documento…) se encontra gravado em mais do que um uma unidade de armazenamento. Mas isso é o básico dos básicos – há que ter outros cuidados.
Um sistema tipo NAS (armazenamento ligado em rede) é provavelmente a solução com melhor relação custo-benefício para salvaguarda de dados quer em casa quer em empresas de qualquer dimensão. Há sistemas NAS para todos os cenários, desde pequenos dispositivos domésticos com apenas um disco, até sistemas que permitem redundância dentro da própria unidade, usando dois ou mais discos ligados em RAID (permitindo que os dados num disco estejam duplicados em um ou mais discos adicionais dentro do mesmo NAS).
Os sistemas NAS de dois ou mais discos, desde que estes sejam configurados em níveis RAID com redundância (RAID 1, 5, 6, 10…), oferecem um excelente nível de proteção contra perda de dados. A redundância de um sistema NAS pode ainda ser levada mais longe sincronizando uma destas unidades com outra que esteja instalada fisicamente num local diferente; e a informação dentro de um NAS (toda ou apenas uma parte) pode também ser copiada para sistemas de armazenamento na nuvem.
É depois preciso ter outros cuidados, sendo o mais básico verificar frequentemente se o sistema de backup se encontra a funcionar e confirmar se é possível recuperar os dados eficazmente, mas isso será pretexto para um outro artigo.
Para já, o que interessa lembrar é que precisa de ter um backup dos seus dados. E já hoje. Para que não sejam necessários mais Dias Mundiais do Backup.
Este artigo tem mais de um ano
O incrível é que ainda há muita gente que não percebeu que, de facto, ter um backup como deve ser não é ligar um disco USB ao PC e já está… 🙁
Qual seria a melhor maneira
Diria mais. E quando o disco usb anda junto com o portátil?
Assim, a única pessoa que irá ficar mais contente, é o Ladrão.
Até julgava que só estava a roubar a mala da Senhora, e de “presente” leva um super-portátil dos mais recentes, super-leve, super-caro, e ainda um disco externo.
Não percebo porquê. Para backups simples não basta ligar um disco externo USB e fazer uma cópia de tudo o que temos, ficando assim com redundância de 1 disco?
Uso o GoodSync há anos, ainda há 2 semanas me morreu o disco interno e foi só ligar o disco USB para repôr uma cópia que faço semanalmente.
Mais barato que uma NAS…
Melhor que nada, mas não é “como deve de ser”.
Em certo de roubo roubam o backup também.
Em caso de incêndio arde o backup também.
Em caso de ransomware o backup é encriptado também.
O ideal é ter o backup independente do sistema a proteger e de preferência noutro local.
nops! esse não é o ideal, esse o o mínimo dos mínimos e de preferência devem ser feitos em suportes diferentes.
o problema dos sistema de raid é o pessoal achar que o raid é um backup adicional e não é. o mesmo com todos os sistemas de cloning. os sistemas que recorram a clonig só constituem backup para a primeira unidade uma vez que todo o que de errado ocorrer com essa unidade irá ser clonado para a(s) seguinte(s). em sistema de mirror ou cloning basta apagar inadvertidamente um ficheiro para o erro se repetir no(s) suposto(s) backup(s) e lá se perdeu tudo. claro que há uma solução para este caso e a salvaguarda passaria por recorrer a um sistema de mirror ou cloning em que um ficheiro apagado na origem envia esse mesmo ficheiro para a reciclagem no mirror ou no clone necessitando depois de uma limpeza manual dessa mesma reciclagem. mas isto já não resolve problemas de ransomware, etc em que versioning já poderá ser uma solução desde que se tenha uma taxa de perda aceitável (cada pessoa/instituição/entidade saberá qual a sua). logo para sair do mínimo teríamos que ter um sistema relativamente vasto e complexo para o comum dos mortais, como eu. eu opto por ter um sistema de backup de 4 unidades, 2 on-site e duas off-site sem mirror e sem cloning mas os suportes são iguais, hdds…
Não pago impostos à 6 anos, por isso no meu caso resta somente a morte e os meus cerca de 50hd’s externos.
“o seu disco rígido irá falhar em breve”
lol a mais de 20 anos que uso todos os dias disco rígidos e nunca nenhum me falhou, por isso essa afirmação tem muito que se lhe diga….
Gostaria de avisá-lo que um disco rígido não é para ser usado como arma de arremesso. É para pôr num computador.
A forma mais rápida e segura para não perder os dados é utilizar um serviço cloud fidedigno e deixar que eles façam as redundâncias por nós. Porém há quem torce o nariz por causa da eventuais problemas de privacidade e segurança informatica/hacking. O serviço Amazon Glacier oferece uma cloud segura por $0.0045 por GB/mês.
Para uma solução offline, no que toca as informações que não são sujeitas a alterações como fotos, videos, etc, eu faço backups em DVDs duplicados e guardo em diferentes habitações e em localidades diferentes (para o caso duma eventual catástrofe). Tendo em conta que a longevidade dum DVD é de 30 a 100 anos é uma forma muito económica de fazer backups. Se quiserem investir um pouco mais, existe um fabricante que produz medias opticas com camadas externas em policarboneto que permite na teoria uma longevidade de 1000 anos. O custo de um DVD de 4.7GB é de cerca de 3,2 Euros e o Blu-Ray de 25GB é cerca de 5,6 Euros.
https://eustore.mdisc.com
A solução da amazon parece interessante…
Para mim, um disco ligado ao router do meo com partilha em rede e todos os dias sincroniza uma cópia nova em espelho.
Publicidade descarada da QNAP aos seus NAS… como perguntar a um taxista se ainda passam autocarros
Não é publicidade descarada: chama-se “Artigo de Opinião”, não sei se estás familiarizado com o conceito. E, neste caso, até perfeitamente identificado como tal, ao contrário do que sucede frequentemente noutros websites.
Ou é suposto o autor falar do que não sabe ou, melhor ainda!, sugerir ao pessoal usar um sistema da concorrência?
Existe cloud gratuita para alguma coisa. Não é necessário gastar dinheiro.
“”que o seu disco rígido irá falha”” 100% certo.
è por isso que temos a Microsoft cloud.
Se for uma solução para prevenir eventuais vírus (como os de encriptação que estão tão na moda) um disco USB ou uma cloud sempre sincronizada não é a melhor opção. Por norma fica tudo infectado.
Uma boa cloud, paga-se, mas podes voltar atrás no tempo quanto quiseres, nos ficheiros que quiseres.
Na empresa da minha mãe, eles não têm backups nenhuns, ZERO MESMO!, nem actualizam o software, nem nada.
Noutro dia, apareceu-lhes um cryptolocker à porta…
Eu só digo… é bem feito!
Para andar de BMW’s X6 e Mercedes topos de gama, têm eles dinheiro, e para os levar às oficinas, também, para os computadores, que são essenciais para a empresa, ai isso se funcionar hoje, já chega.
Olá, peço ajuda a todos !!!
Tenho um servidor Seagate NAS Blackarmor 220 que neste momento não consigo acessar os dados !!!
Não sei o que fazer, tenho todos os meu dados arquivados neste NAS, já tentei em vários lugares mas dizem que só vou conseguir resolver com Seagate !!!
Não há Seagate m Portugal, alguém consegue me ajudar?
Olá. Tens de explicar melhor o que aconteceu…