Cada vez mais artistas proíbem a entrada de telemóveis nos seus concertos. Faz sentido?
Alguns cartazes de concertos recentes têm vindo com um tipo de mensagem ousada: "Este espetáculo será uma experiência sem telemóveis. Os telemóveis serão guardados em Yondr cases." Pois bem, o movimento em direção a concertos sem telemóveis, que antes era um "empurrãozinho" dos artistas, evoluiu para uma proibição total. A questão é: faz sentido?
Jack White, Bob Dylan, Tool, e agora Ghost
Jack White foi o pioneiro em 2018 ao proibir os telemóveis nos seus concertos e, desde então, muitos outros artistas abraçaram a ideia. Bob Dylan implementou isso nas suas turnês, assim como os Arctic Monkeys e os Tool. Agora, foram os Ghost que anunciaram uma política semelhante para a sua turnê de 2025.
Os artistas querem que os fãs aproveitem o show ao vivo, em vez de se concentrarem em gravá-lo. A distração das notificações, mensagens e a compulsão para gravar todos os momentos diminui frequentemente a experiência do concerto, tanto para a pessoa como para quem a rodeia.
Embora a filmagem possa parecer apelativa, a realidade é que os vídeos de concertos muitas vezes não conseguem captar a magia da música ao vivo. A má qualidade do som e as imagens tremidas tornam estas gravações mais suscetíveis de serem esquecidas.
Outra vantagem dos concertos sem telemóveis é a preservação do fator surpresa. Quando momentos icónicos ou surpresas durante uma atuação são amplamente partilhados online, a magia pode perder-se. É como evitar spoilers de um filme!
Ghost biggest tour ever in 2025! Every shows will be phone-free. Below the announcement in 4K 🔥 pic.twitter.com/0RXwHFsjPb
— GHOST IN 4K (@GHOST_IN_4K) October 28, 2024
Mas também há um senão na proibição dos telemóveis...
Os críticos da proibição de telemóveis argumentam - e bem - que os fãs de concertos devem ter a liberdade de aproveitar o evento da maneira que preferirem. Ao contrário da escola, onde as restrições aos telemóveis têm como objetivo manter a disciplina, os concertos são experiências opcionais e recreativas.
Dino Cazares, guitarrista dos Fear Factory, captou este sentimento:
Quando compramos um bilhete, devemos poder desfrutar do concerto como quisermos, desde que não prejudiquemos os outros nem violemos as regras do local.
Outra camada deste debate é a implicação legal da gravação de concertos. Os artistas, enquanto intérpretes, têm o direito exclusivo de autorizar gravações das suas atuações, reprodução e distribuição pública. Estes direitos, protegidos pelas leis de propriedade intelectual, dão aos artistas a autoridade para controlar se os seus concertos são gravados ou partilhados.
Para muitos artistas, isto tem menos a ver com controlo e mais com a melhoria da experiência do concerto, assegurando que a sua música e arte continuam a ser o foco central.
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Se faz sentido? É mais que obvio.
Não faz sentido porque e algo essential. Se a pessoa precisar de ser contactada como faz? Agora sim deviam largar a palhacada de filmar concertos, passados 2 dias acabam por apagar por falta de espaco
eu pessoalmente acho que n faz sentido, no meu caso eu vou varias vezes ver videos de lives de concertos no youtube, concertos de bandas que n veem ao meu pais e eu n tenho meios de os ir ver fora
Esse é o problema. Há pessoas a pagar 30000 euros, pelos bilhetes e fazem 500000 euros, com os lives e os vídeos.
Acho muito bem, já comprei o bilhete para Ghost e nem telemóvel vou levar. A dependência hoje de um telemóvel é algo que até a mim me faz confusão. No outro dia no estádio da luz eu a ver a bola e a menina da frente nas compras do AliExpress e receitas de culinária. As pessoas antigamente não viviam?
Concordo. Percebo que seja fixe rever ou ver concertos no YouTube,mas passar o tempo de braço no ar sem desfrutar verdadeiramente do que está a acontecer à nossa frente é algo que me faz confusão… Pude ver 2 concertos dos Deftones e, felizmente ainda não havia telemóveis com câmara. Foi Incrível e desfrutei de cada instante ao máximo!
pode fazer sentido para os artistas mas para mim como cliente não. Eu quero levar o meu tlm, quero sentir-me seguro e contactável. E sim se quiser gravar o concerto que paguei para ver ou tirar fotos aos artistas ou às pessoas que estão comigo quero ter a liberdade de o fazer. Se proibirem, simplesmente não vou ver o concerto em questão. Acho que têm mais a perder que a ganhar ao proibir os tlms mas só o tempo e o dinheiro dirá se é uma boa opção ou não. Como cliente, não concordo
És dos que ganham, milhares de vezes, o preço do bilhete, a levares 3 telemóveis, para 2 estarem a fazer lives, para 8 redes sociais diferentes e o outro fica para lives para algum podcast que passa 500000 horas desses vídeos.
É por pessoas, como tu, que esta proibição está a acontecer.
O pessoal agora não sabe curtir o momento…
Faz sentido desde que o pagante seja informado previamente. Só vai quem aceita as condições.
Desde que existam avisos claros em todo o lado que não vai ser permitido utilizar telemóveis, mesmo antes da pessoa conseguir comprar, durante o processo de compra, e no próprio bilhete, para não haver dúvidas, parece-me legítimo.
Quem achar que não vai gostar de assistir se estiver impedido de utilizar o telemóvel, pode simplesmente não ir e dá lugar a outro que não se importe… ou no limite vai tão pouca gente que cancelam os concertos, mas isso serão certamente casos raros.
A razão são os lives remunerados.
Há milhares de pessoas, que vão aos concertos e passam as 4 horas, a transmitir, em várias redes sociais, ao mesmo tempo, conseguindo receber milhares de euros. O mesmo para os vídeos no Vimeo e Youtube. Até perderem a monetarização, já fizeram 500000 vezes o preço dos bilhetes. É por isso que os artistas (e os promotores) estão a proibir a entrada de telemóveis.