RunLevels
Ora vivam caros “linuxianos”! Cá estamos nós para mais uma rubrica “Comandos Linux para Totós”. Espero que estejam a aproveitar e a perceber todas as dicas e que o “terminal preto” já não seja um “inimigo” dos utilizadores.
Depois de termos ensinado a utilizar o tar para compactação e descompactação (ver aqui), hoje vamos perceber o que é um runlevel e que níveis existem num sistema linux.
Lembro-me quando comecei no mundo Linux de ouvir falar em runlevels, mais concretamente runlevel 3 e runlevel 5. Runlevel (nível de execução do sistema Linux) define de um modo geral como é que o nosso sistema se vai comportar ou seja quais os serviços e processos que vão ser inicializados durante o arranque do sistema. O runlevel é definido pelo processo «/sbin/init» que carrega a configuração a partir do ficheiro «/etc/inittab »
. De referir também que os runlevels variam de distribuição para distribuição.
Exemplo da informação contida no /etc/inittab
de um CentOS:
# ‘Runlevel’ por omissão. Os 'runlevels' usados pelo RHS são:
# 0 - desligar (Não configure o 'initdefault' para isto)
# 1 – Modo mono-utilizador
# 2 – Modo multi-utilizador, sem NFS (Network file system)
# 3 - Modo multi-utilizador completo
# 4 – não usado
# 5 - X11
# 6 - reiniciar (NÃO configure o 'initdefault' para isto)
#
id:5:initdefault:
Para saber qual o runlevel actual do seu sistema pode verificar a informação no ficheiro /etc/inittab
(ex.id:5:initdefault: – indica que vai arrancar no runlevel 5) ou então usando o comando:
[root@pplware ~]# runlevel
N 5
“N5” significa: N – “o sistema não arrancou com nenhum outro runlevel entretanto” e “5” é o runlevel corrente”. O runlevel pode ser trocado a qualquer momento pelo comando «init». Por exemplo, init 3 (como root) irá alterar o runlevel para o nível 3.
No RedHat ou CentOS podemos ver em que nível ou níveis um determinado serviço estará activo. Para isso, podemos usar o comando chkconfig –list
[root@pplware ~]# chkconfig --list
NetworkManager 0:off 1:off 2:off 3:off 4:off 5:off 6:off
acpid 0:off 1:off 2:on 3:on 4:on 5:on 6:off
anacron 0:off 1:off 2:on 3:on 4:on 5:on 6:off
apmd 0:off 1:off 2:on 3:on 4:on 5:on 6:off
apt 0:off 1:off 2:off 3:off 4:off 5:off 6:off
atd 0:off 1:off 2:off 3:on 4:on 5:on 6:off
auditd 0:off 1:off 2:on 3:on 4:on 5:on 6:off
autofs 0:off 1:off 2:off 3:on 4:on 5:on 6:off
avahi-daemon 0:off 1:off 2:off 3:on 4:on 5:on 6:off
avahi-dnsconfd 0:off 1:off 2:off 3:off 4:off 5:off 6:off
bluetooth 0:off 1:off 2:on 3:on 4:on 5:on 6:off
capi 0:off 1:off 2:off 3:off 4:off 5:off 6:off
Em resumo
Tal como referido, os runlevels indicam o nível em que o nosso sistema vai operar ou seja, quais os serviços/processos que vão ser inicializados durante o arranque do nosso sistema. Porque se fala muito no runlevel 3 e 5? Bem, basicamente porque um sistema que arranca no runlevel 3 (Modo multi-utilizador completo), apenas disponibilizará a linha de comandos. Este é por exemplo o nível adequado quando instalamos um servidor e apenas vamos fazer gestão remota do mesmo via SSH (não precisamos do interface gráfico). Um sistema a correr no runlevel 5 (X11 – ambiente gráfico), disponibiliza ao utilizador o ambiente gráfico (ex. Gnome, Kde, xfce, etc).
Qual o runlevel actual do vosso sistema?
- Comandos Linux para Totós – Tutorial nº1 – Comandos básicos
- Comandos Linux para Totós – Tutorial nº2 – Comandos básicos
- Comandos Linux para Totós – Tutorial nº3 – Criar ficheiros/directórios/subdirectórios
- Comandos Linux para Totós – Tutorial nº4 – Output de um ls-l
- Comandos Linux para Totós – Tutorial nº5 – Permissões em Linux
- Comandos Linux para Totós – Tutorial nº6 – Tar – Compactação e descompactação