Após o software ter sido proibido pelo Departamento do Comércio, que alegou riscos de segurança, pelas potenciais ligações do software à Rússia, a Kaspersky vai encerrar as suas operações nos Estados Unidos da América (EUA).
A Kaspersky Lab é uma empresa tecnológica russa especializada na produção de softwares de segurança, especializada em soluções para segurança da informação contra vírus, hackers, spam e spywares.
Conforme vimos em junho, uma fonte familiarizada com o assunto revelou que a administração Biden tinha planos para bloquear a venda do software no país, uma vez que a potencial ligação que a Kaspersky Lab mantém com o Governo da Rússia é considerada um “risco indevido ou inaceitável para a segurança nacional”.
Algumas semanas depois de o Departamento do Comércio ter proibido a utilização do software da Kaspersky num dos maiores mercados do mundo, a empresa de cibersegurança anunciou que vai encerrar todas as suas operações nos EUA. De acordo com um comunicado emitido pela própria empresa, citado pelo Associated Press, o plano passa por “reduzir gradualmente” as suas operações a partir de 20 de julho.
A decisão da administração de Joe Biden resultará na eliminação das posições baseadas nos EUA, tendo sido confirmado, posteriormente, pela empresa, que serão afetados menos de 50 funcionários.
A Kaspersky opera nos EUA há cerca de 20 anos, contribuindo para os objetivos estratégicos de cibersegurança da nação, protegendo as organizações e os indivíduos do país contra as ameaças cibernéticas em constante evolução.
A empresa analisou e calculou cuidadosamente o impacto dos requisitos legais dos EUA e tomou esta triste e difícil decisão, uma vez que as oportunidades de negócio no país já não são viáveis.
Escreveu a Kaspersky, que já negou, anteriormente, representar uma ameaça à segurança dos EUA.
Numa resposta à decisão do Departamento do Comércio, emitida a 21 de junho, a empresa afirmou que não pode obter deliberadamente dados sensíveis sobre os americanos e que as suas operações e funcionários na Rússia só podem aceder a dados agregados ou estatísticos não atribuíveis a uma pessoa específica.
A empresa argumentou, na nota enviada ao Pplware, que “o Departamento de Comércio tomou a sua decisão com base no atual clima geopolítico e em preocupações teóricas, em vez de numa avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços Kaspersky”.
Na perspetiva da empresa de cibersegurança, isso beneficiará os cibercriminosos, ao mesmo tempo que diminuirá a escolha dos consumidores.
Assumindo ser “bem-sucedida” na sua missão há mais de 26 anos, a empresa defendeu que “fez contribuições significativas com os seus relatórios e proteção contra uma variedade de agentes de ameaças que visavam os interesses e aliados dos EUA”.