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EUA vão proibir a venda de software Kaspersky por ligações à Rússia

Pelas ligações que a empresa estabelece com a Rússia, o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) Joe Biden vai proibir a venda de software Kaspersky no país.


A Kaspersky Lab é uma empresa tecnológica russa especializada na produção de softwares de segurança, especializada em soluções para segurança da informação contra vírus, hackers, spam e spywares.

Conforme divulgado por uma fonte familiarizada com o assunto, citando os grandes clientes da empresa nos EUA, incluindo fornecedores de infraestrutura crítica e governos estaduais e locais, a administração Biden tem planos para bloquear a venda do software da Kaspersky Lab num dos mercados mais influentes do mundo.

A fonte, que fez as revelações à Reuters, explicou que a ligação estreita que a empresa mantém com o Governo da Rússia é considerada um risco crítico. Mais, o acesso privilegiado do software aos sistemas de um computador, neste caso, americano, poderia permitir que ele roubasse informações confidenciais, instalasse malware ou retivesse atualizações críticas.

O Presidente dos EUA vai adicionar a Kaspersky a uma lista de restrições comerciais, de acordo com duas outras pessoas familiarizadas com o assunto, causando um golpe na sua reputação. Este, motivado por um dos maiores e mais influentes mercados do mundo, poderá prejudicar, efetivamente, as suas vendas fora da Rússia.

Segundo a Reuters, citando as fontes, as novas restrições às vendas do software Kaspersky, que também impedirão o download de atualizações de software, revendas e licenciamento do produto, deverão entrar em vigor a 29 de setembro, 100 dias após a publicação, por forma a dar tempo às empresas para encontrarem alternativas. Os novos negócios da Kaspersky nos EUA serão bloqueados 30 dias após o anúncio das restrições.

Sabe-se, ainda, que a entrada na lista de restrições comerciais dos EUA impedirá os fornecedores americanos de uma empresa de lhe venderem software da russa Kaspersky, e que as vendas de produtos de marca branca, que integram a Kaspersky em software vendido sob uma marca diferente, serão, também, barradas.

A Kaspersky Lab e a Embaixada da Rússia não terão respondido aos pedidos de comentário da Reuters. De ressalvar, contudo, que a Kaspersky assegurou, anteriormente, que é uma empresa de gestão privada, sem ligações ao Governo da Rússia.

Se o Departamento de Comércio acrescentar à lista de entidades as unidades estrangeiras da Kaspersky que compram fatores de produção significativos aos EUA, a medida poderá prejudicar a sua cadeia de abastecimento. Se apenas acrescentar a entidade russa, o impacto será, sobretudo, a nível da reputação.

 

Atualização – 11h50, 21 de junho

A Kaspersky já respondeu, numa declaração enviada às redações, sobre a determinação do Departamento de Comércio dos EUA. Lê-se na comunicação:

A Kaspersky está ciente da decisão do Departamento de Comércio dos EUA de proibir a utilização do software Kaspersky nos Estados Unidos.

A decisão não afeta a capacidade da empresa de vender e promover ofertas e/ou formações de inteligência de ameaças cibernéticas nos EUA. Apesar de propor um sistema no qual a segurança dos produtos Kaspersky poderia ter sido verificada de forma independente por um terceiro de confiança, a Kaspersky acredita que o Departamento de Comércio tomou a sua decisão com base no atual clima geopolítico e em preocupações teóricas, em vez de numa avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços Kaspersky.

A Kaspersky não se envolve em atividades que ameaçam a segurança nacional dos EUA e, de facto, fez contribuições significativas com os seus relatórios e proteção contra uma variedade de agentes de ameaças que visavam os interesses e aliados dos EUA. A empresa pretende seguir todas as opções legalmente disponíveis para preservar as suas operações e relações atuais.

Durante mais de 26 anos, a Kaspersky foi bem-sucedida na sua missão de construir um futuro mais seguro, protegendo mais de mil milhões de dispositivos. A Kaspersky fornece produtos e serviços líderes de mercado a clientes de todo o mundo para os proteger de todos os tipos de ciberameaças e tem demonstrado repetidamente a sua independência de qualquer governo. Além disso, a Kaspersky implementou medidas de transparência significativas que são inigualáveis por qualquer um dos seus pares do sector da cibersegurança para demonstrar o seu compromisso duradouro com a integridade e a fiabilidade. A decisão do Departamento de Comércio ignora injustamente as provas.

O principal impacto destas medidas será o benefício que proporcionam à cibercriminalidade. A cooperação internacional entre peritos em cibersegurança é crucial na luta contra o malware e, no entanto, esta medida irá restringir esses esforços. Além disso, retira a liberdade que os consumidores e as organizações, grandes e pequenas, devem ter para utilizar a proteção que pretendem, neste caso forçando-os a abandonar a melhor tecnologia anti-malware do sector, de acordo com testes independentes.

Isto causará uma perturbação dramática para os nossos clientes, que serão forçados a substituir urgentemente a tecnologia que preferem e na qual confiam para a sua proteção há anos.

A Kaspersky continua empenhada em proteger o mundo das ameaças cibernéticas. O negócio da empresa permanece resiliente e forte, marcado por um crescimento de 11% nas reservas de vendas em 2023.

Aguardamos com expetativa o que o futuro nos reserva e continuaremos a defender-nos contra ações que procuram prejudicar injustamente a nossa reputação e interesses comerciais.

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