O mercado global de smartphones caiu durante o 2.º trimestre de 2019. Sim, mais uma vez e após anos de crescimento contínuo. Agora, compram-se menos dispositivos móveis e há um crescendo acentuado das fabricantes chinesas como a Huawei, Xiaomi e Oppo, com a Samsung na liderança e a Apple em 3.º lugar.
As conclusões foram agora publicadas pela agência Gartner e mostra-nos o panorama global do mercado.
O declínio comprovado e sustentado do mercado global de smartphones já não surpreende ninguém. No entanto, foi uma quebra muito modesta, de 1,7% no volume de produtos vendidos. Algo que se traduz em 368 milhões de terminais móveis vendidos no 2.º trimestre de 2019 face aos 374 milhões do período homólogo.
O mercado global de smartphones voltou a cair – Gartner
Com efeito, temos já uma tendência estabelecida de quebra no setor premium. Isto é, são os smartphones mais caros, da Samsung, Apple, Huawei e demais fabricantes que têm sentido a maior quebra. Aliás, isto mesmo se traduz na queda mais acentuada, a da Apple, uma vez que esta depende totalmente das soluções “caras”.
As causas para tal prendem-se com o alargar dos ciclos de renovação. Por outras palavras, o consumidor mantém-se durante mais tempo com o seu terminal. Algo que, por sua vez, é atribuído à maior durabilidade, suporte e capacidade do produto. Fatores que têm evitado, no consumidor, a troca por um novo terminal.
Há, no entanto, algumas exceções junto dos 5 maiores mercados globais. Em primeiro lugar temos a China (+0,5%), mercado que voltou a crescer, bem como o Brasil. Aí, na nação canarinha, venderam-se mais smartphones durante o período em apreço.
A Samsung mantém a liderança, com a Huawei em 2.º lugar
Ainda que o mercado chinês tenha crescido, a Gartner salienta que este crescimento foi propositadamente modesto. De acordo com a mesma, os consumidores estão a preparar-se para a “onda 5G”, esperando até lá para adquirir novos terminais. Ainda assim, destaca-se o crescimento significativo da Huawei e Xiaomi.
Já, por sua vez, a Samsung mantém o primeiro lugar com 20,4% de quota de mercado. Durante este período vendeu mais de 75 milhões de smartphones, voltando assim a crescer. Aliás, a Samsung acaba também por alargar a sua vantagem perante as principais rivais, a Huawei e a norte-americana Apple.
Em segundo lugar temos atualmente a Huawei com 15,8% de quota de mercado. Durante este mesmo período, a Huawei vendeu 58 milhões de smartphones, alargando seriamente a sua vantagem sobre a Apple. Ainda assim, continua relativamente longe de atingir o volume de vendas registado pela líder, Samsung.
Já, por sua vez, a Apple registou uma quebra significativa, caindo de 11,9& para 10,5% na quota de mercado. É um valor que traduz a queda de 44,7 milhões para 38,5 milhões de smartphones vendidos entre os períodos homólogos. Algo que também a coloca já num patamar muito similar ao da Xiaomi.
A Xiaomi já olha frente a frente para a Apple
Em boa verdade, a Gartner destacou o forte crescimento das empresas chinesas, personificado pela Huawei e Xiaomi. Com efeito, esta última aumentou a sua quota de mercado global para 9%, ao vender mais de 33 milhões de smartphones em três meses. Logo abaixo de si temos ainda a OPPO que permanece estável.
A Xiaomi representa assim o sucesso dos smartphones económicos com o seu diverso portfólio. Sobretudo com o aumento dos preços dos terminais premium, o consumidor está a encontrar resposta nas suas soluções mais económicas. Por esse mesmo motivo, também a Samsung cresceu, aqui devido à sua linha Galaxy A.
Por fim, o crescimento da Huawei deveu-se sobretudo ao sentimento patriótico na China. Aí, no seu mercado natal a tecnológica encontrou consumidores ávidos pelos seus terminais. Já nos demais mercados globais, as ondas de incerteza minaram as suas bases, ainda que o pior possa já ter passado.
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