A Google e a Apple têm controlo, quase absoluto, sobre as duas maiores plataformas móveis do momento. O Android e o iOS, são coordenados pelas respetivas empresas, ainda que no caso da primeira pareça existir mais liberdade. No entanto, a portuguesa Aptoide, rival da Google Play Store, não partilha da mesma opinião.
A empresa portuguesa volta a apontar o dedo, de forma incisiva, à tecnológica norte-americana.
Ainda que a Google não tenha um pulso tão férreo com o seu Android, os parceiros com quem trabalha não deixa de ter que cumprir algumas imposições. Só assim é que a gigante norte-americana concorda em fornecer, por exemplo, os seus serviços, componente vital do seu sistema e cruciais para o seu sucesso.
O passado da Google com a Aptoide
É um passado tumultuoso que culminou nos tribunais portugueses com a Aptoide a levar a melhor sobre a Google. Entretanto, também o regulador europeu acabou por multar a gigante norte-americana por práticas anticoncorrenciais no seu Android. Já mais recentemente, tecnológica viria a mostrar-se mais aberta.
Com efeito, na Europa a empresa já apresenta aos utilizadores de Android várias opções de escolha. Em primeiro lugar ao deixar-nos escolher a loja preferencial, desde a Google Play Store, Aptoide, entre outras. Em segundo lugar, ao dar-nos a possibilidade de escolher outros navegadores para além do seu Chrome.
Poderá inteirar-se aqui dos esforços, já postos em prática, pela norte-americana para nos dar mais liberdade de escolha na Europa. Contudo, a Aptoide volta a acusar a gigante das pesquisas de não jogar pelas mesmas regras. Além disso, expõem agora publicamente práticas pouco salutares por parte da empresa dominante.
A Aptoide volta a apontar o dedo à Google Play Store
Competindo pelo espaço e preferência dos utilizadores Android, a tarefa da Aptoide não é fácil. Sobretudo quando os serviços da Play Store, nomeadamente o Play Protect, classifica a aplicação da loja rival como potencialmente perigosa. Por outras palavras, associando-a a um risco de segurança que deve ser removido.
De acordo com Paulo Trezentos, CEO da Aptoide, em declarações à Tech Chrunch, “Em 2018 tínhamos cerca de 222 milhões de utilizadores ativos anualmente. No último mês (maio de 2019), esta tivemos 56 milhões de utilizadores mensais ativos“. “Acreditamos que a remoção da nossa app da Google Play Store, bem como a sua sinalização como risco de segurança, nos custou 15% a 20% da base de utilizadores desde 2018.
A empresa portuguesa acusa ainda a atuação agressiva por parte da norte-americana. Sem que uma razão válida fosse apontada, a aplicação da Aptoide em dispositivos Android está a ser suspensa. Piorando a situação, está a ser associada a malware, vírus e outras sintomáticas que causam um natural receio nos utilizadores.
Duas lojas rivais para o ecossistema Android
Ela (ação da Google) esconde a Aptoide. O utilizador não consegue sequer ver o ícone da aplicação no seu smartphone Android. Isto sem que haja razão para tal, nem qualquer autorização por parte do utilizador para fazer desaparecer a nossa aplicação dos dispositivos móveis.
É perante esta situação que o responsável pela Aptoide resolveu denunciar o caso. Já, em seguida, pode ver um exemplo das notificações que o utilizador Android recebe, esporadicamente, caso tenha a aplicação desta loja rival instalada no seu dispositivo móvel. Logo após da apresentação da mensagem, a app é escondida.
Em síntese, a menos que o utilizador desative as pesquisas automáticas por ameaças de segurança, o Google Play Protect vai categorizar a Aptoide como ameaça. Em seguida, caso o utilizador nada faça, a aplicação será virtualmente erradicada do smartphone ou tablet onde esteja instalada.
Será a Aptoide insegura?
A aplicação da Aptoide, per se, não é insegura, pelo menos de acordo com uma equipa japonesa de investigadores de segurança. De igual modo, em declarações ao meio supracitado, Paulo Trezentos afirma que também a Virus Total, uma empresa detida pela própria Google, classificou a Aptoide como segura.
No entanto, existe uma grande seleção de aplicações dentro desta loja. Alguma com o selo de “Confiança“, outras com a identificação “Desconhecido“. Ora, é precisamente aqui que os filtros da Google Play Store “atacam” e colocam imediatamente a aplicação da loja sob rigorosa quarentena.
Assim sendo, temos por um lado Paulo Trezentos a atestar a segurança de toda a sua loja e empresa. Já, por outro lado, a Google está ciente que esta loja pode ser utilizada para descarregar aplicações potencialmente nocivas. Isto é quanto baste para que os seus filtros de segurança entrem em ação.
As disputas entre ambas as empresas prometem continuar…