Em janeiro assistimos e noticiamos a divulgação das conclusões e relatórios das várias agências de análise de mercado como a IDC, Counterpoint e Strategic Analytics. Contudo, aguardávamos ainda pelas conclusões da agência Gartner relativamente à prestação da Samsung, Huawei, Apple, Xiaomi e Oppo.
Estas são as 5 maiores fabricantes mundiais de smartphones e agora podemos interpretar o seu desempenho no último trimestre de 2018.
O novo (e possivelmente último) relatório referente ao 4.º trimestre de 2018 apresenta-se marcadamente pessimista. A única exceção sendo a chinesa Huawei, bem como a sua conterrânea Oppo, duas fabricantes que conseguiram crescer e contrariar a recessão do mercado global de smartphones.
A Gartner mostra-nos um cenário pouco positivo
De acordo com o seu relatório, o último trimestre de 2018 foi marcado por várias quedas. Antes de mais, a sua análise refere-se ao período compreendido entre o dia 1 de outubro de 2018 até ao dia 31 de dezembro desse mesmo ano. Durante esse intervalo de tempo foram vendidos 408,4 milhões de smartphones (telemóveis inteligentes).
Em primeiro lugar, a agência aponta uma estagnação do mercado ao nível do volume de vendas. Entre o período homólogo de 2017 e 2018 o número de unidades vendidas aumentou cerca de 0,1%. Uma percentagem que corresponde a cerca de mais 500 mil unidades a chegar às mãos dos consumidores.
Segundo a Gartner, as maiores fabricantes foram a Samsung, Huawei, Apple, Oppo e, por fim, a Xiaomi a fechar o Top 5 mundial. Contudo, dentro destas apenas duas conseguiram aumentar a sua quota de mercado e, consequentemente, o volume de vendas.
A Huawei e a Oppo conseguiram crescer!
No quarto trimestre de 2018 a Huawei vendeu mais de 60 milhões de smartphones. Uma cifra que lhe valeu 14,8% de quota de mercado. Já no período homólogo de 2017 vendeu 43 milhões de unidades, tendo então 10,8% de quota de mercado. Por conseguinte, tivemos um incrível aumento no seu volume de vendas.
Aliás, a Huawei ficou a 4 milhões de unidades da norte-americana Apple no trimestre em que os novos iPhones chegaram ao mercado. Mais ainda, ficou a cerca de 10 milhões de unidades da atual líder de mercado, a sul-coreana Samsung.
A prestação da Oppo foi igualmente impressionante durante o trimestre em análise. Com mais de 31 milhões de smartphones vendidos, conseguiu um total de 7,7% de quota de mercado. Em 2017 vendeu mais de 25 milhões de smartphones durante o mesmo período, tendo então uma quota de 6,3%.
Em suma, aos olhos (indicadores) da Gartner, estas foram as duas únicas fabricantes a conseguir crescer durante o último trimestre de 2018.
A Apple caiu no trimestre em que os novos iPhones chegaram ao mercado
Com mais de 64 milhões de smartphones (iPhones) vendidos no 4.º trimestre de 2018, a prestação da Apple não deixa de ser impressionante. Contudo, se tivermos em consideração que foi durante este trimestre que toda uma nova geração de iPhones chegou ao mercado, o cenário já muda de figura.
Era expectável que a Apple aumentasse o seu volume de vendas neste trimestre. Ainda assim, face ao período homólogo de 2017 a sua prestação foi pior. Nesse período a Apple vendeu 73 milhões de iPhones, tendo então um total de 17,9% de quota de mercado. Aqui em claro contraste com os 15,8% de quota de mercado no final de 2018.
Foi uma queda histórica para a Apple, algo inesperado no trimestre em que os novos smartphones chegam ao mercado. Ainda assim, os números são bem claros.
A Samsung acompanhou a tendência
A atual líder de mercado também sentiu as consequências de um cenário global mais desfavorável. Assim, com mais de 70 milhões de unidades vendidas, a Samsung registou uma quota de mercado de 17,3%. No período homólogo de 2017 a fabricante sul-coreana vendeu mais de 74 milhões de unidades, usufruindo então de 18,2% de quota de mercado.
Em suma, vendeu menos 4 milhões de smartphones entre o último trimestre de 2018 e o período homólogo de 2017. Ainda assim, conseguiu manter a sua posição de dominância. Não só durante a avaliação trimestral, bem como durante todo o ano de 2018.
Agora, com a apresentação da sua nova geração de smartphones – Galaxy S10 – a fabricante sul-coreana tem novos argumentos para reforçar a sua posição. Ainda assim, o impacto destes smartphones só será sentido a partir do segundo trimestre de 2019, não antes.
Nem mesmo a Xiaomi escapou a esta tendência
Apesar de ser uma das marcas que mais nos tem surpreendido, nem mesmo a Xiaomi escapou ao duro trimestre em análise. Já, por outro lado, a sua queda foi bastante acentuada ao contrair 0,1 pontos percentuais de quota de mercado, passando de 6,9% para 6,8%.
Uma cifra que se traduz numa ligeira diminuição nas unidades vendidas durante este trimestre. Mais concretamente, com 27,4 milhões de unidades vendidas no 4.º trimestre de 2018. No período homólogo de 2017 a Xiaomi vendeu 28,2 milhões de unidades.
Em suma, todas as principais fabricantes começam 2019 com vários desafios pela frente, sendo a Huawei a marca que mais nos surpreendeu. Apesar de toda a contestação e clima de crispação perante as desconfianças em torno da marca, o seu volume de vendas aumentou consideravelmente. Um feito incrível, sobretudo se tivermos em conta a prestação das demais fabricantes.