A China é atualmente o maior mercado mundial de smartphones, motivo pelo qual lhe dedicamos a nossa atenção uma e outra vez. Agora, graças à agência Canalys temos um novo indicador da performance da Huawei, Xiaomi, Apple, bem como da Nokia e demais fabricantes.
Entretanto recordamos o recente aviso de Tim Cook aos investidores da Apple, motivado sobretudo pelo comportamento do mercado chinês. Nesse sentido, temos agora um novo indicador que acaba por repercutir as palavras de Cook.
Assim sendo, podemos ver desde logo que o mercado de smartphones caiu 15% durante o terceiro trimestre de 2018. Por conseguinte, ao passo que no terceiro trimestre de 2017 se venderam 119 milhões de unidades, no período homólogo de 2018 este valor caiu para 101 milhões.
Ainda de acordo com o novo relatório da Canalys podemos ver que a Apple continua em 5º lugar neste mercado. Todavia, ainda que o volume de vendas não seja extraordinário, a Apple ocupa a 1ª posição no ranking de lucro obtido.
Apple em 5º lugar no ranking de vendas, em 1º nos lucros
Por outras palavras, graças às suas generosas margens de lucro, a Apple foi a empresa que mais proveitos obteve. Contudo, os novos modelos de iPhone não foram bem recebidos na China.
Aliás, nem mesmo os programas de troca motivaram o grande público a trocar o seu iPhone antigo pelo novo modelo da Apple. Uma tendência que se tem alastrado gradualmente a vários outros mercados, sendo também transversal a marcas.
Ainda assim, a Apple registou boas vendas do seu topo de gama de 2017, o iPhone X. Todavia, o mesmo não pode ser dito do seu mais recente par de smartphones, os iPhone XS e XS Max.
A China prefere smartphones até 300 dólares
A Canalys avança ainda que na China o segmento de topos de gama ronda os 400$ a 600$, sendo esse o intervalo mais apetecível. Todavia, o preço médio de um novo smartphone na China ronda os 300$.
Aliás, é neste nicho onde se especializam várias fabricantes como a Xiaomi, OPPO, bem como a Vivo e até mesmo algumas ofertas da Huawei. Note-se que todas estas fabricantes têm a sua sede no populoso país.
Ainda de acordo com o relatório da Canalys podemos tirar várias outras conclusões com base nos seus dados. Em primeiro lugar, citando o caso de sucesso da Nokia, a mítica marca finlandesa, agora detida pela HMD Global.
A Nokia é um exemplo de sucesso na China
Em boa verdade, a Nokia foi uma das poucas fabricantes estrangeiras a crescer na China. Algo que continua a iludir a Samsung, tendo a tecnológica continuado a perder terreno neste grande mercado de smartphones.
Em síntese, a Canalys coloca a Nokia junto da Huawei, Xiaomi, Oppo e Vivo, sendo estas as empresas em maior crescimento. Em contraste com a Apple que se ressentiu um pouco mas, ainda assim, não tanto como a rival Samsung.
OPPO, Vivo e Xiaomi com os smartphones mais populares
Entretanto, no ranking dos 10 smartphones mais populares na China temos apenas um smartphone da Xiaomi. Sim, o Xiaomi Redmi 6A, uma das suas ofertas mais económicas.
Nesse sentido, é a OPPO com o seu OPPO A5 e R5 quem lidera esta tabela, tendo aliás 4 smartphones neste ranking. Ao mesmo tempo, a Vivo conta com um total de 5 smartphones, perfazendo assim a lista dos 10 mais populares na China.
Já numa outra tónica mas ainda em conformidade com os dados da Canalys, podemos atentar no volume de vendas. Nesse sentido continuamos a ver a Huawei em primeiro lugar com 25% de quota de mercado.
Em segundo lugar temos a Vivo, com a OPPO logo atrás, aqui com 23 e 21% de quota de mercado, respectivamente. Já a Xiaomi, ocupa a quarta posição com um total de 13% de quota de mercado.
A Huawei continua em primeiro lugar na China
Em suma, apesar de este grande mercado de smartphones se encontrar em recessão, o status quo manteve-se. Ainda assim, a Canalys salienta os crescentes esforços da Huawei no sentido de captar mais consumidores através das lojas físicas.
Entretanto vemos a Xiaomi a tomar um rumo muito similar, sendo já bem conhecida nos canais online e querendo apostar cada vez mais no offline.
Ainda assim, creio que a maior surpresa acabe por ser a boa prestação da Nokia neste mercado e neste terceiro trimestre de 2018.