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E se a Google começar a cobrar pela utilização do Android?

Como o sistema operativo mais usado no mercado, o Android está sujeito ao escrutínio e à avaliação constante dos reguladores dos países onde está presente. A prova disso é a multa aplicada esta semana e que vem exigir uma mudança imediata no Android e no seu modelo de negócio.

Após esta decisão, e para mostrar a posição da Google, o seu CEO, Sundar Pichai, veio a público mostrar as vantagens do Android e até revelar que o próprio modelo de negócio deste sistema operativo pode ter de mudar. Ainda não existem certezas, mas a Google pode ter de cobrar pela utilização do Android.


Numa extensa publicação que fez no blog da Google, Sundar Pichai teceu duras críticas à comissão europeia e aos argumentos apresentados para a decisão de aplicar a multa de 4,34 mil milhões de euros.

É também explicado que o modelo de negócio do Android é feito de forma a abrir o sistema operativo às marcas e que, para ser rentável, é importante que os serviços da Google sejam instalados. Deu ainda números importantes sobre a instalação de apps no Android, o que mostra que existem apps alternativas.

A Google revelou que um utilizador típico de um telefone Android irá instalar cerca de 50 aplicações. No ano passado, mais de 94 mil milhões de aplicações foram descarregadas globalmente na Play Store, onde se incluem browses como o Opera Mini e Firefox. Estes foram descarregados mais de 100 milhões de vezes e o UC Browser foi descarregado mais de 500 milhões de vezes.

Ora estes números mostram que o Chrome não está a ser imposto e que os utilizadores estão a instalar alternativas, abandonando o browser da Google e tendo opção de escolha.

Outro ponto importante está na não obrigação da utilização do Android com os serviços da Google. Sundar Pichai dá como exemplo a Amazon que usa o AOSP para os seus equipamentos Fire tablets e Fire TV sticks.

Claro que é preferível estar dentro do ecossistema Android com os serviços da Google, uma vez que isso garante a existência de regras de compatibilidade, o que a longo prazo é a certeza de da não existência de fragmentação, o que é positivo para os utilizadores, programadores e para os fabricantes de telemóveis.

Um dos pontos mais importantes da missiva de Sundar Pichai está mesmo focado no modelo de negócio da Google para o Android. Até agora estava equilibrado e era rentável para ambas as partes, mas isso pode mudar no futuro.

Até ao momento, o modelo de negócio do Android significou que não tivemos que cobrar qualquer valor aos fabricantes pela nossa tecnologia nem depender de um modelo de distribuição controlado rigidamente

Isto não é uma declaração direta de que a Google pode em breve começar a cobrar pela utilização do Android, mas mostra que este modelo pode mudar em breve.

A Google irá apelar da decisão, mas caso perca, tem mesmo de repensar o Android e a forma gratuita como o disponibiliza para os fabricantes. Resta só saber a quem irá ser cobrado o valor adicional, se ao fabricante se ao utilizador.

A decisão da Comissão Europeia e a multa da Google

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