O partido político Podemos, de esquerda a extrema-esquerda, viu a sua conta de WhatsApp a ser bloqueada a 5 dias das eleições em Espanha. O serviço de mensagens instantâneas acusa o partido de Pablo Iglesias de “violar as regras” desta rede social, cujo principal grupo já teria mais de 60 mil utilizadores.
O WhatsApp afirma que o envio de mensagens em massa, ou programas de terceiros para automatizar mensagens é expressamente proibido. Entretanto, o partido espanhol já manifestou o seu desagrado.
“Utilizamos o mesmo serviço e as mesmas ferramentas no WhatsApp que os outros partidos”, respondeu o Podemos. Ainda assim, mantém-se o bloqueio, pela rede social, ao principal canal digital utilizado pelo partido político para comunicar com uma percentagem significativa dos seus principais eleitores.
O Podemos viu a sua conta de WhatsApp a ser bloqueada
Em declarações ao jornal ElDiario, a rede social e plataforma de mensagens acusa o partido político de fomentar o envio em massa de menagens. Mais concretamente, o WhatsApp deu a saber que:
Os nossos termos são explícitos e não permitem o envio de mensagens em massa. O mesmo se aplica ao uso de programas (software) de terceiros para automatizar o envio de mensagens.
Com efeito, esta foi a justificação avançada por uma porta-voz do WhatsApp à fonte supracitada. Entretanto, o partido político já manifestou o seu repúdio perante a decisão. A réplica foi avançada por Juan Manual Del Olmo, o secretário de comunicação do Podemos.
En su momento, nuestro equipo de gestión cumplió con los trámites previstos en las condiciones de uso de la aplicación WHATSAPP, solicitando de forma específica y a través del cauce establecido la verificación de las cuentas de PODEMOS.
— JUANMA DEL OLMO (@juanmalpr) April 23, 2019
Del Olmo vai mais longe e afirma:
Temos o consentimento expresso de cada um dos utilizadores a quem mandamos informação. Além disso, utilizamos o mesmo serviço, bem como a mesma ferramenta de mediação com o WhatsApp. A mesma que é utilizada pelos demais partidos políticos, frisou o secretário de comunicações.
O bloqueio foi aplicado pela rede social na segunda-feira (22)
Ainda de acordo com a fonte espanhola, o grupo de comunicação já tinha mais de 60 mil utilizadores inscritos, todos eles deparando-se agora com uma interrupção na comunicação e mensagens emanadas do partido político. Contudo, a pedra de toque parece ter sido a tempestividade da decisão, a 5 dias das eleições em Espanha.
O secretário de comunicações do Podemos reitera que o seu partido não violou os termos e condições do WhatsApp. Através do seu Twitter, avança ainda que “Em todos os momentos, a nossa equipa de gestão cumpriu os trâmites previstos nos termos e condições de uso da aplicação WhatsApp. Dessa forma solicitando de forma específico, e através dos meios adequados, a verificação das contas do Podemos.
A medida foi, entretanto, confirmada pela empresa norte-americana, sem precisar grandes detalhes para além dos supracitados. Assim sendo, o Podemos terá violado as regras e condições do serviço de mensagens instantâneas, tal como o avança também a imprensa em Espanha.
https://twitter.com/juanmalpr/status/1120653941015044096
O Podemos apela agora, nas entrelinhas, a que seja aplicada a mesma sanção aos demais partidos que pratiquem os mesmos envios em massa. Nesse sentido, através da mesma rede social, del Olmo ilustra o seu ponto de vista com uma das mensagens que terá sido posta a circular pelo PSOE.
Utilizamos o mesmo serviço e as mesmas ferramentas que os outros partidos, ripostou o Podemos.
Aguardamos agora pelo desfecho de toda a situação. Entretanto, o PSOE de Pedro Sanchez lidera as sondagens para as próximas legislativas em Espanha.