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Selos de verificação do Twitter voltaram até para “o mundo dos falecidos”

O Twitter continua mergulhado nalguma confusão de gestão. Depois de mais uma crise com alguns dos seus mais preponderantes patrocinadores, depois de mais um episódio com os selos de verificação que do nada desapareceram, agora estão de volta e verificam mesmo contas de pessoas falecidas e de muitas que não pagaram e nem querem pagar. Que se passa no reino de Elon Musk?


“Verificado” torna-se um distintivo de desonra?

Os utilizadores do Twitter não estão contentes e mostram mesmo uma forte oposição à nova política de pagamento por verificação de Elon Musk. Aliás, há já várias celebridades e até jornalistas a optar por cancelar as suas assinaturas por vergonha, em vez de manter os seus selos azuis.

Conforme sempre foi publicitado, a verificação nestes e noutros serviço era visto como uma medalha de honra. Agora que está ao alcance de qualquer um que esteja disposto a comprá-lo, tornou-se um sinal de desespero.

O Twitter na quinta-feira passada (dia 20) começou a remover os selos de verificação azuis de centenas de milhares de contas pertencentes a celebridades, jornalistas e outras figuras públicas que foram verificadas pela plataforma antes de Musk mudar as regras.

O CEO do Twitter anunciou mais tarde que paga do seu bolso para que alguns utilizadores de alto perfil permaneçam verificados no Twitter, mesmo quando estes indicaram que não queriam esse status no seu novo sistema de assinatura.

Então, neste fim de semana, parece que o dito foi dado por não dito e os selos azuis voltaram aos perfis do Twitter de muitas contas com mais de 1 milhão de seguidores.

 

Falecidos verificados via número de telefone

Na verdade, parece reinar o caos. Isto porque o novo sistema pode criar mais confusão para os utilizadores comuns que dependem da verificação para saber se as contas pertencentes a figuras notáveis ​​são reais ou falsas.

Aliás, se pensam que usar a palavra CAOS é um exagero, saiba que estes selos foram mesmo devolvidos a contas de pessoas que já não estão entre o mundo do vivos, com a mensagem: “Esta conta é verificada, porque estão subscritos no Twitter Blue e verificaram o seu número de telefone”.

Alguns relatos falam, por exemplo, de Jamal Khashoggi, assassinado em 2018; do chef Anthony Bourdain, que morreu no mesmo ano que o jornalista do Washington Post; e da estrela da NBA Kobe Bryant e do ator Chadwick Boseman, ambos mortos em 2020.

Os preços em Portugal também não são nada meigos. Se quiser para iOS ou Android terá de pagar mensalmente 11.00 euros. Se for para a web, 9.84 euros. Se a ideia for pagar anualmente, então o preço é de 114.99 e euros, 103.32, respetivamente.

 

Redes sociais forçam cada vez mais o utilizador a pagar

Desde há algum tempo que se nota uma mudança de política nas redes sociais. As próprias redes da Meta, Facebook, WhatsApp e Instagram, por exemplo, forçam os utilizadores a pagar por funcionalidades que antes eram gratuitas, incluindo a verificação.

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou num post de fevereiro no Facebook que esta “nova funcionalidade tem por objetivo aumentar a autenticidade e a segurança através dos nossos serviços”.

Além de manter o selo de verificação azul, o Twitter permite aos utilizadores subscritores a opção exclusiva de continuar a utilizar mensagens de texto para autenticação de dois fatores, que já não está disponível em toda a plataforma.

Em resumo, estas medidas cheiram a um aproveitamento para gerar mais receita sem que com isso haja de facto um benefício. Há já quem chame ao selo do passarinho azul o selo da vergonha.

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