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Killfie, o fenómeno das selfies da morte pode ser minimizado

Se há um cenário de perigo, uma tempestade, ondas gigantes, um comboio prestes a passar na linha ou um edifício vertiginoso, há sempre quem esteja preparado para captar o melhor auto-retrato, mas este fenómeno está a matar. Dados recentes, dão conta de que, desde 2014, já 127 pessoas perderam a vida à procura da melhor selfie, crescendo este número de ano para ano.

Mas uma equipa de investigadores quer acabar com o fenómeno, ou pelo menos tentar reduzi-lo, através de alertas de perigo.

73 mortes em 2016… por uma selfie

As mortes relacionadas com a tentativa de captação de fotografias perigosas são reais. Quedas de alturas elevadas, atropelamento por carros e comboios, e afogamentos são as principais causas de morte destes fotógrafos do perigo. E em Portugal temos o registo de duas mortes nestas circunstâncias no Cabo da Roca em Sintra, quando um casal decidiu ultrapassar a zona de segurança para aquela que acabou por ser a sua última imagem.

Em 2014, ano do registo da primeira morte nestas circunstâncias, morreram 15 pessoas, em 2015 o número aumentou para 39, e até agora, em 2016, já foram confirmados 73 casos do género.

A Índia lidera o ranking com 76 casos, seguida do Paquistão com 9 casos e dos Estados Unidos com 8. De notar que no início do ano, dávamos conta de 19 casos registados na Índia e hoje são contabilizados 76!  

Como atacar o problema?

Com base nestes números que mostram uma clara tendência de crescimento, um grupo de investigadores, que já publicou o estudo, Me, Myself and My Killfie: Characterizing and Preventing Selfie Deaths, pretende criar um sistema de alerta de perigos e, para tal, encontra-se a estudar estes casos de mortes e a desenvolver um algoritmo.

Uma foto publicada por @selfie.mylife a

Será através desta informação, que se baseia numa combinação de texto, análise de imagem e localização, que será definido o perigo de cada selfie, sendo o utilizador posteriormente alertado e consciencializado para os riscos corre.

Ainda em fase de desenvolvimento, o sistema já foi aplicado a 3155 selfies do Twitter e, segundo os investigadores, é garantida uma fiabilidade de 73%.

 

Mas porque arriscam a própria vida por uma fotografia?

A resposta mais directa que pode existir é a de que as pessoas se gostam de exibir. Gostam de mostrar que enfrentaram o perigo. É por isso que assim que captam a imagem perigosa a publicam logo nas redes sociais.

Segundo um investigador do fenómeno, Jesse Fox, esta é uma questão de necessidade de uma quase aprovação social. Recorde-se o caso do jovem russo que se popularizou no Instagram com as suas fotos captadas em ambientes de alto risco e que acabou por falecer quando se preparava para mais uma selfie. Mas por essas redes sociais fora há imensos retratos de quem arrisca diariamente a vida e de quem ganhe dinheiro com isso, incentivando, de certa forma, o crescimento do fenómeno.

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