O grupo Facebook (Facebook, Messenger, Instagram, WhatsApp, etc…) tem estado debaixo de fogo porque são questionáveis as suas políticas de segurança dos dados privados dos utilizadores. Nos últimos tempos, quer de uma forma voluntária, quer respondendo a exigências do mercado, este grupo tem criado mecanismos que, supostamente, ajudam o utilizador a defender o seu conteúdo publicado nas redes.
O Instagram é ainda uma rede fechada em termos de portabilidade dos conteúdos enviados para lá e isso tem sido alvo de muitas criticas. Nesse sentido, a equipa responsável pela rede social anunciou que planeia lançar uma ferramenta de portabilidade de dados que permitirá exportar as suas fotos, vídeos e mensagens.
O Facebook lançou em 2010 uma ferramenta que permite ao utilizador, descarregar todo o conteúdo do seu perfil naquela rede. Basicamente, o que o Facebook queria mostrar era que o utilizador dominava esse aspeto relacionado com a propriedade dos textos, imagens e outros documentos que pudessem ter sido colocados na rede social.
Instagram vai deixar que o utilizador descarregue o seu conteúdo
Depois de ter sido alvo de várias criticas, em relação à portabilidade dos dados do Instagram, um porta-voz da empresa referiu que está em desenvolvimento uma ferramenta para permitir que o conteúdo colocado nessa rede também fosse capaz de ser descarregado:
Estamos a construir uma nova ferramenta de portabilidade de dados. Em breve poderá descarregar uma cópia do que partilhou no Instagram, incluindo fotos, vídeos e mensagens.
Referiu um elemento da equipa.
Esta ferramenta pode tornar muito mais fácil ao utilizador deixar o Instagram e adotar outra rede social de imagem concorrente. E, desde que seja lançado antes de 25 de maio, ajudará o Instagram a cumprir a próxima lei de privacidade da GDPR europeia que exige portabilidade de dados.
Como sabemos, historicamente, o Instagram tornou a tarefa de usar e exportar os conteúdos num processo muito mais complicado, até mesmo para ferramentas de terceiros. O utilizador não pode arrastar ou tocar e segurar as imagens para as guardar. Também não pode descarregar as imagens que colocou, as suas imagens. Isso apesar do Instagram agora ter quase 8 anos e ter mais de 800 milhões de utilizadores (que, no fundo, são clientes dado que a publicidade é o foco comercial).
Menos trabalho e mais qualidade
Como referido em cima, esta rede social de imagens, que pertence ao Facebook desde abril de 2012, tendencialmente, “complica” a vida quando queremos tirar algo que lá colocamos, assim como descarregar algo que não fomos nós que publicámos. Agora, com o mudar de política, receber downloads descompactados com a mesma qualidade de imagem exibida na sua aplicação, deixará de ser necessário utilizar métodos de terceiros, como por exemplo, usar o InstaPort. Sem dúvida que esta mudança de paradigma era uma vitória para os utilizadores, visto que muitas vezes nem mesmo estas ferramentas funcionam em condições (além de haver outras que são engodo para infectar os dispositivos).
Mas porque existe esta resistência?
Claramente que é por uma questão de domínio de mercado. O facto de permitir descarregar os conteúdos, depois de estarem já estruturados e haver um trabalho quer da parte do utilizador, quer da parte da rede social, poderia facilitar o aparecimento de concorrentes legítimos ao Instagram. Mas, por outro lado, é importante porque são dados que têm um proprietário, o utilizador, e este poderá querer, também legitimamente, ter estes dados guardados, como cópia de segurança, do seu lado.