A rede social Facebook dispensa apresentações. Sendo um inimaginável repositório de informação, adquirida das mais diversas formas, principalmente em troca da sua gratuitidade. Assim, sabemos que a empresa de Mark Zuckerberg recolhe vários dados sobre os seus utilizadores, mas nada nos preparava para esta revelação.
Sabia que a rede social vigia a sua localização se expressar alguma ameaça contra o Facebook?
De acordo com a investigação do portal CNBC, a rede social passa a vigiar atentamente quem, de entre os seus utilizadores, expressar algum tipo de ameaça contra o Facebook e os seus colaboradores. Por outras palavras, quem mal fala de Mark Zuckerberg “na sua casa”, passa a ser vigiado.
Estará o Facebook a vigiar quem “fala mal” da rede social?
A investigação da fonte supracitada colheu o testemunho de mais de uma dúzia de ex-colaboradores do Facebook. Antigos detentores de vários cargos dentro da empresa de Mark Zuckerberg que partilharam vários detalhes no mínimo curiosos sobre algumas práticas.
Ainda que atualmente já não surpreenda ninguém o fato da nossa informação ser uma moeda de troca entre várias entidades online, sobretudo grandes empresas como o Facebook e a Google, esta nova investigação acaba por dar ainda mais credibilidade aos nossos receios.
Os colaboradores entrevistados revelaram que a rede social compila um considerável acervo de comentários negativos feitos sobre o Facebook. Em casos específicos passa também a registar a localização dos utilizadores que proferiram ameaças aos colaboradores e à própria empresa.
A empresa de Mark Zuckerberg zela pela segurança dos seus colaboradores
Em declarações recentes, um dos porta-vozes do Facebook esclareceu o assunto.
A nossa equipa de seguranças físicos existe para manter os nossos colaboradores seguros. Eles usam mecanismos variados para determinar e resolver, na medida do possível, ameaças credíveis de violência contra os nossos colaboradores e empresa. Em seguida, nos casos em que tal se justifica, os casos são comunicados às forças de autoridade.
A rede social de Mark Zuckerberg tem uma lista de utilizadores sob vigia. A mesma é atualizada todas as semanas com novas entradas desde a sua criação, em 2008. Intitulada de “BOLO” (be on the look out), agrega os utilizadores que proferiram ameaças credíveis de violência contra o Facebook e seus colaboradores.
Uma entrada nesta lista reúne, por norma, o nome do utilizador e a sua localização habitual. Além do mais, conta também com uma pequena descrição das razões que levaram à sua inclusão. Em seguida, estas informações são transmitidas para a equipa de segurança do Facebook.
Quais os critérios utilizados pela rede social?
Ainda de acordo com a fonte supracitada, os critérios são muito simples. Mesmo que alguns utilizadores sejam vigiados após terem enviado emails ameaçadores para os colaboradores do Facebook, noutros casos os critérios são quase frívolos.
Pequenas ameaças. Palavrões e uso de impropérios direcionados ao Facebook. Manifestações de repúdio ou nojo perante Mark Zuckerberg, ou algum executivo da empresa. Em suma, pelo que esta investigação apurou, são critérios muito compreensivos. Desde a mais séria ameaça de violência, até a um impropério.
Por fim, ainda que possam existir bons motivos para o Facebook vigiar a localização de certos utilizadores, isto não deixa de ser uma violação da sua privacidade. A localização do utilizador passa a ser acompanhada atentamente pela rede social. Mesmo que este tome todas as precauções ao seu dispor para que esta não seja registada.
Resumindo, há sempre uma forma de saberem onde está e a partir de onde acede à Internet e neste caso à rede social de Mark Zuckerberg. Em boa verdade, se já manifestou o seu repúdio contra o Facebook, é provável que já esteja na lista.
Este é apenas um novo capítulo na conturbada história recente da empresa.