Interpelando diretamente Mark Zuckerberg, Cherryl Sandberg e David Marcus, vários congressistas dos EUA pedem a cessação imediata dos planos de implementação da Libra. A nova criptomoeda da popular rede social Facebook enfrenta uma moratória que visa suspender imediatamente a sua implementação.
O requerente grupo de legisladores quer avaliar a segurança da criptomoeda, bem como outros fatores.
Um comité de legisladores norte-americanos, em carta à rede social, pediram ao Facebook que “cessasse imediatamente os planos de implementação”, da sua criptomoeda, a Libra. Com efeito, a nova moeda digital deverá estrear-se durante o primeiro semestre de 2020, de acordo com o relato prévio.
Libra, a criptomoeda da rede social Facebook
Antes que os planos de implementação avancem, o órgão em questão quer avaliar vários parâmetros do projeto. Em primeiro lugar, avaliar os riscos em torno da cibersegurança, além do impacto nos mercados financeiros globais, bem como as implicações e potenciais ameaças para a segurança nacional dos EUA.
A saber, o pedido foi formulado pela democrata Maxine Waters. Pelo seu punho, o Comité de Serviços Financeiros do Congresso quer avaliar a nova pretensão de Zuckerberg. Até lá, é pedido um adiamento, com efeito imediato, antes que qualquer ação seja tomada por parte da rede social Facebook.
House lawmakers officially ask Facebook to put Libra cryptocurrency project on hold https://t.co/hk2pxiL4ha pic.twitter.com/mUomN5erIV
— The Verge (@verge) July 2, 2019
Escrevemos a pedir que o Facebook e seus parceiros concordem imediatamente com uma moratória em qualquer implementação da Libra, sendo esta a sua proposta de criptomoeda, a par da Calibra, a sua proposta carteira digital – assim se lê na carta enviada à rede social.
É aparente que estes produtos podem dar aso a todo um novo sistema financeiro global, baseado fora da Suíça, pretendendo concorrer diretamente com a nossa unidade monetária, o dólar. Isto levanta sérias preocupações de privacidade, câmbios, segurança nacional e políticas monetárias. Algo que afeta não só os mais de 2 mil milhões de utilizadores do Facebook, mas também toda a economia global e respetivos investidores, ou consumidores – versa ainda o mesmo documento.
A Libra foi apresentada em junho pelo Facebook
Ainda que a sua implementação só deva ocorrer em 2020, a apresentação ocorreu no mês passado. Ao propósito, Mark Zuckerberg apresentou a criptomoeda como solução simples, para todos os interessados. Isto é, um novo produto e forma simples de enviar e receber dinheiro, tão simples como enviar uma foto.
Ao propósito, cumpre ainda referir que o plano era ceder gradualmente o controlo da Libra para um consórcio de mais de 100 empresas. Entidades mundialmente conhecidas como, por exemplo, a MasterCard, Visa, Uber, Spotify, PayPal, FarFetch, eBay, Vodafone, Coinbase, bem como várias outras que já aderiram.
No entanto, o lançamento da criptomoeda não foi desprovido de criticismo e desconfiança. Sobretudo quando o caso Cambridge Analytica ainda está fresco na memória coletiva. Assim, em pouco tempo levantaram-se várias vozes, públicas e privadas. Entre si, partilham várias preocupações quanto aos planos da rede social.
Ao propósito, tomamos como exemplo os termos e condições da Calibra, a carteira digital. Aí, de acordo com alguns críticos, nas entrelinhas estava a partilha de informações de conta em certas situações. Algo que poderia tornar a rede social num armazém infindável, agora de detalhes e financeiros.
As preocupações em torno da nova criptomoeda
Se produtos e serviços como este forem deixados sem regulação, existem potenciais riscos sistémicos. Temos que precaver isso mesmo e estudar o produto, precavendo o seu esperado impacto no tecido económico. De outro modo podemos perigar o sistema financeiro dos EUA e a estabilidade global – aponta a democrata.
O Facebook já chegou a mais de um quarto da população mundial. Assim, é imperativo que a rede social e os seus parceiros cessem imediatamente os planos de implementação. Isto até que os reguladores e o Congresso tenham oportunidade de examinar os riscos e agir perante os mesmos.
Até ao momento a rede social não se pronunciou publicamente sobre este pedido.