O TikTok está sob uma onda de desconfiança e os países não estão a dar tréguas. Aliás, o CEO da plataforma, Shou Zi Chew, voou até aos Estados Unidos da América (EUA) e enfrentou longas horas de escrutínio, em frente aos congressistas da Câmara dos Representantes.
O TikTok tem 150 milhões de utilizadores e emprega 7.000 funcionários só nos EUA. Contudo, este peso não impede o país de duvidar fortemente das intenções da ByteDance e de dar vida a uma onda de desconfiança que só tem ganho força. Aliás, para a republicana Cathy McMorris, esses números “enfatizam a urgência de o Congresso agir”.
Conseguiu unir Republicanos e Democratas. E, mesmo que por apenas um dia, estamos de facto unidos porque temos preocupações sérias.
Disse, ao CEO do TikTok, o republicano August Pfluger.
Por sua vez, Cathy McMorris assegurou que os EUA não confiam no TikTok para “alguma vez abraçar os valores americanos, os valores de liberdade, de direitos humanos e inovação”.
Todas estas acusações tiveram lugar, ontem, durante uma sessão, durante a qual o executivo da plataforma de entretenimento, Shou Zi Chew, esteve em frente à Câmara dos Representantes, a encarar cerca de cinco horas de interrogatórios.
Essencialmente, os congressistas procuraram escrutinar questões como a proteção dos dados dos utilizadores americanos, a segurança das crianças e dos adolescentes, o facto de a plataforma ser vista como viciante, o método para a moderação do conteúdo, a espionagem contra jornalistas e a promoção de narrativas favoráveis ao governo chinês.
CEO do TikTok esteve perante a Câmara dos Representantes a defender o TikTok
Durante a sessão, perante congressistas convencidos de que a plataforma de entretenimento é uma ferramenta do Partido Comunista Chinês, Shou Zi Chew procurou assegurar que a ByteDance não é “um agente” e que o TikTok não representa qualquer risco de segurança nacional.
Estes são dados frequentemente recolhidos por muitas outras empresas no nosso setor.
Garantiu o CEO, sublinhando que o TikTok não recolhe mais dados do que outras plataformas semelhantes e que tem o compromisso de ser muito transparente com os seus utilizadores sobre o que recolhe.
Além disso, mencionou que “muitos dos riscos apontados são hipotéticos e teóricos”, pelo que, não estando a ver “nenhuma evidência”, aguarda “ansiosamente” discussões em que possam “conversar sobre provas e, então, abordar as preocupações que estão a ser levantadas”.
Tendo em conta a desconfiança relativamente às intenções da empresa chinesa, o CEO destacou que, hoje em dia, os dados dos novos utilizadores americanos já são armazenados num servidor da americana Oracle.