A rede Bluesky ganhou qualquer coisa como 700.000 utilizadores, que começaram a abandonar o X logo após as eleições norte-americanas. E todos citam Elon Musk como uma das causas principais. Um exemplo? Os fãs de Taylor Swift, os swifties, estão em debandada.
Americanos estão a castigar o X?
A plataforma Bluesky ganhou mais de 700.000 novos utilizadores na semana seguinte às eleições nos Estados Unidos da América, à medida que os utilizadores procuram escapar da desinformação e das publicações ofensivas no X.
Esta onda de novos utilizadores, principalmente oriundos da América do Norte e do Reino Unido, ajudou o Bluesky a atingir 14,5 milhões de utilizadores a nível mundial, um aumento em relação aos 9 milhões registados em setembro, segundo informou a empresa.
O investigador de redes sociais Axel Bruns explicou que a plataforma oferece uma alternativa ao X, incluindo um sistema mais eficaz para bloquear ou suspender contas problemáticas e controlar comportamentos prejudiciais.
Tornou-se um refúgio para pessoas que querem ter uma experiência de redes sociais semelhante ao que o Twitter costumava proporcionar, mas sem o ativismo de extrema-direita, a desinformação, os discursos de ódio, os bots e tudo o resto. A comunidade mais liberal do Twitter realmente escapou para o Bluesky, parecendo ter-se mudado em massa para lá.
Afirmou Bruns.
Bluesky e o contexto atual
O Bluesky começou como um projeto interno no Twitter, mas tornou-se uma empresa independente em 2022, sendo atualmente controlado principalmente pela sua CEO, Jay Graber.
A plataforma beneficiou anteriormente da insatisfação dos utilizadores com o X e com Elon Musk, que está fortemente associado à bem-sucedida campanha eleitoral do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. O Twitter perdeu milhões de utilizadores após a mudança de nome para X, e o uso da plataforma nos EUA caiu mais de um quinto nos sete meses seguintes.
O Bluesky relatou ter ganho 3 milhões de novos utilizadores na semana seguinte à suspensão do X no Brasil, em setembro, e mais 1,2 milhões nos dois dias após o X anunciar que permitiria que os utilizadores visualizassem publicações de pessoas que os bloquearam.
Personalidades e influenciadores aderem
Ruth Ben-Ghiat, historiadora e professora na Universidade de Nova Iorque, que tinha 250.000 seguidores no X, ganhou 21.000 seguidores no primeiro dia em que aderiu ao Bluesky esta semana.
Ainda estou no X, mas, a partir de janeiro, quando o X poderá ser de facto controlado por um membro da administração Trump, as suas funções como um canal de propaganda de Trump e máquina de radicalização de extrema-direita podem ser aceleradas.
Comentou.
Apesar de estar em segundo lugar em relação ao Threads na categoria de redes sociais na App Store dos EUA, o Bluesky continua a crescer, com o Threads a reportar 275 milhões de utilizadores ativos mensais em novembro, um aumento em relação aos 200 milhões em agosto.
O Bluesky tem adicionado novas funcionalidades, como mensagens diretas e compatibilidade com vídeos, para se aproximar mais do estilo do X e se diferenciar do concorrente da Meta.
Swifties em debandada
Os fãs de Taylor Swift, conhecidos como Swifties, também estão a abandonar o X em direção ao Bluesky. Os Swifties começaram a sair da plataforma menos de 48 horas após a vitória de Trump, de acordo com a WIRED.
Justin, um swiftie, adiantou que “adoro a ideia de construir uma nova comunidade aqui e gostaria de não ter de apoiar Elon de forma alguma. Ele é, obviamente, um grande apoiante de Trump, o que não se alinha com os valores da Taylor ou com os valores dos Swifties”.
Como se pode ver, o crescimento do Bluesky, impulsionado pela insatisfação com o X e pela vontade de muitos utilizadores em encontrar um ambiente digital mais positivo e controlado, indica uma mudança significativa nas redes sociais.
Resta saber se a rede conseguirá sustentar este crescimento e manter o ambiente seguro e acolhedor que promete aos seus utilizadores, mas, por agora, é evidente que a plataforma encontrou uma audiência fiel e entusiasmada.