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Temperaturas históricas na Sibéria preocupam meteorologistas

Antes de a pandemia encher todas as capas dos jornais e ser assunto em todo o mundo, o tema que marcava presença era o aquecimento global e as alternativas disponíveis para o combater. Ainda em desconfinamento, vemos o assunto do ambiente voltar à baila e, pelos vistos, a situação continua grave…

De forma inédita, várias cidades russas localizadas no Ártico atingiram 38 graus Celsius, aquando uma onda de calor que está a afetar a Sibéria.


Sibéria: Uma região de extremos

A cidade de Verkhoyansk, uma das mais pequenas da Rússia, é conhecida pelas suas temperaturas incrivelmente baixas. No inverno, chega a registar -50 °C. Aliás, em 1892, a cidade registou uns impressionantes -67,8 °C.

Este ano, a história foi outra e os especialistas já estão de olho neste fenómeno. Pela primeira vez, desde a data dos primeiros registos, na década de 1880, fizeram-se sentir 38 °C, no passado sábado [22].

De acordo com as autoridades, as temperaturas registadas em Verkhoyansk devem-se a um anticiclone oriental. Ademais, o serviço meteorológico da República de Sakha, casa da cidade recordista, lembrou que, normalmente, aquela zona da Sibéria regista temperaturas elevadas no mês de julho, não em junho, como aconteceu.

Temperaturas de janeiro a abril de 2020 na Sibéria | mapa da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA)

Fenómeno inquieta os especialistas

As temperaturas registadas no passado sábado são preocupantes, do ponto de vista dos especialistas. Isto, porque também no domingo se registou uma temperatura de 35,2 °C. Aliás, o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus, já havia dito que, em março, abril e maio a temperatura média estava 10 graus Celsius acima do normal.

A par disto, há já vários estudos que têm vindo a ser realizados que explicam que o Ártico pode estar a aquecer duas vezes mais rápido que o esperado. Assim, todos os estudos, aliados às alterações efetivas, preocupam os especialistas.

Esta onda de calor atingiu outras áreas do Círculo Polar Ártico, registando cerca de 45 °C. Além disso, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) já revelou que o Ártico é uma das regiões mais afetadas pelo aquecimento global, reduzindo o volume de gelo marinho e batendo recordes de temperatura.

Posto isto, a OMM anunciou na passada terça-feira que está a investigar as temperaturas sentidas na Sibéria, pela sua gravidade e pelo que significam no contexto das alterações climáticas, em todo o mundo.

 

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