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México precisa de chuva e há regiões com planos para semear nuvens

Não há um ano em que a seca não seja assunto de manchete, pelo mundo. Por exemplo, há regiões no México a fazer planos para semear nuvens e provocar chuva. Mas será este um método eficaz?


O México está a passar por uma situação de seca. Segundo estimativas da Conagua (Comisión Nacional del Agua), mais de 80% do país está a sofrer de falta de precipitação, sendo os piores estados o de Nuevo León, Tamaulipas e Michoacán.

De acordo com dados publicados pelo El Financiero, na terça-feira, a barragem de El Bosque estava a 50,3%, a de Villa Victoria a 37,6% e a de Valle de Bravo a 51,5%. Considerando o Sistema Cutzamala, aquele que abastece a Cidade do México e o Estado do México, o défice é de 23,1% – uma percentagem que resulta de um registo de precipitação bastante inferior à média, na Cidade do México e na bacia do Vale do México.

Por forma a aliviar a situação, as autoridades já começaram a explorar opções. De entre elas, estratégias para poupar água, planos para fazer um melhor uso dos recursos e bombardeamento de nuvens. Esta última, uma medida a ser aplicada pelo Ministério da Defesa do México, consiste em largar agentes químicos, de modo a provocar chuva.

Segundo Luis Cresencio Sandoval, secretário nacional da defesa, o objetivo é aproveitar as “muito boas condições” de humidade e nebulosidade, na zona de Cutzamala, permitindo que “as barragens nessa área sejam carregadas com água suficiente”. O plano é que o “bombardeamento de nuvens” comece já este mês e se estenda durante todo o mês de abril e maio.

Este método, mencionado pelo governo de Nuevo León, em 2022, para enfrentar a escassez de água, remonta aos anos 1940. Tecnicamente, consiste na libertação de partículas de iodeto de prata ou outros aerossóis em nuvens, para que, sob certas condições, seja provocada chuva ou a queda de neve.

Este bombardeamento pode ser aplicado através da utilização de aviões, foguetes ou a partir do solo, podendo ser operado em diferentes tipos de nuvens.

México não é o primeiro a semear nuvens para colher chuva

Além do México, também outros países já recorreram a este método para assegurar chuva e combater a seca.

Por exemplo, nos Emirados Árabes Unidos, foram utilizadas frotas de drones para gerar chuva artificial, e, na China, também já foi lançado um plano para cobrir uma área de 6.000 quilómetros quadrados. Nos Estados Unidos da América, estados como Idaho, Utah, Colorado e Califórnia, testaram as possibilidades do método, e, mais perto de nós, também a vizinha Espanha tem explorado esta opção.

A eficiência do método ainda é questionável e, apesar de os investigadores saberem que funciona na natureza e terem provas de experiências em laboratório, de acordo com Katja Friedrich, cientista e autora de um estudo publicado no journal Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), “a questão é que ainda não temos muito conhecimento sobre quanta água podemos produzir”, através deste bombardeamento.

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