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Primeira constelação de satélites para deteção de incêndios financiada pela Google

Todos os anos, Portugal vê-se consumido por incêndios em várias partes do país. Havendo outros países a sofrer do mesmo problema, a Google está a financiar a primeira constelação de satélites para deteção de incêndios florestais.


A investigação e o desenvolvimento resultaram em satélites mais pequenos, mais capazes e mais baratos. Com eles, o espaço está mais acessível do que nunca e podemos usá-lo para uma série de fins.

Por exemplo, a monitorização da poluição global, observação de colheitas, e novas formas de recolha de dados meteorológicos e climáticos. Em breve, também, a deteção de incêndios florestais.

Embora os satélites observem os incêndios florestais a partir do espaço há décadas, uma nova iniciativa parcialmente financiada pela Google procurará instalar mais de 50 pequenos satélites na órbita baixa da Terra para detetar incêndios tão pequenos como uma sala de aula, em qualquer parte do mundo.

De nome FireSat, esta constelação será o primeiro conjunto de satélites dedicado à deteção e seguimento de incêndios florestais, e será gerida pela organização sem fins lucrativos Earth Fire Alliance (EFA).

O anúncio de hoje constitui um marco significativo e um passo no sentido de transformar como interagimos com o fogo.

À medida que os incêndios se tornam mais intensos e se propagam mais rapidamente, acreditamos que a colaboração é fundamental para impulsionar a tão necessária inovação na gestão dos incêndios e na ação climática.

Afirmou a EFA, num comunicado. Os parceiros anunciaram a constelação em maio, após cinco anos de desenvolvimento.

Na segunda-feira, a Google.org anunciou um novo investimento de 13 milhões de dólares nesta constelação de satélites, com base em contribuições anteriores para apoiar o desenvolvimento de sensores de infravermelhos personalizados para os satélites da FireSat.

O primeiro lote de satélites para formar uma constelação operacional poderá ser lançado em 2026.

 

Satélites estarão preparados para detetar incêndios muito pequenos

Os satélites da FireSat serão construídos pela Muon Space, uma startup de fabrico de satélites sediada na Califórnia, e terão a sensibilidade necessária para detetar incêndios florestais tão pequenos como 5×5 metros.

Cada um dos satélites terá instrumentos de infravermelhos multiespectrais de seis bandas, com vista a uma faixa da Terra com cerca de 1500 km de largura, por forma a identificar os pontos quentes dos incêndios florestais.

A rede dos satélites utilizará a Inteligência Artificial (IA) da Google para, segundo a empresa, comparar rapidamente as observações de qualquer área com imagens anteriores, de modo a determinar se existe um incêndio. A IA terá, também, em conta fatores como as infraestruturas próximas e o clima local em cada avaliação de incêndio.

Depois de detetar um incêndio florestal, os satélites da FireSat deverão divulgar rapidamente a localização e a dimensão do incêndio às equipas de emergência. Com os primeiros três satélites, a constelação observará todos os pontos da Terra pelo menos duas vezes por dia.

Em plena capacidade, com mais de 50 satélites, os tempos de revisita para a maior parte do globo aumentam para 20 minutos, com as regiões mais propensas a incêndios a beneficiarem de intervalos de amostragem tão curtos como nove minutos.

Explicou a Muon Space, num comunicado.

Além da Google, o programa FireSat está a ser apoiado pelo Fundo de Defesa Ambiental, a Fundação Moore e a Fundação Minderoo.

 

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