Pplware

Estado francês obrigado a indemnizar duas crianças vítimas da poluição atmosférica

Apesar do negacionismo, a poluição atmosférica existe e toma várias abordagens para se fazer sentir. Em França, o governo foi condenado a pagar uma indemnização a duas crianças que foram vítimas diretas do problema.


A notícia foi adiantada pelo jornal Le Monde e dada como uma estreia. Na sexta-feira passada, dia 16 de junho, o Tribunal Administrativo de Paris obrigou o Estado francês a indemnizar duas famílias, em três mil e dois mil euros.

Como consequência dos picos de poluição na capital francesa, as duas crianças tiveram problemas respiratórios, nomeadamente crises de bronquiolite recorrentes e infeções nos ouvidos, durante os seus primeiros anos de vida, em Paris.

É a primeira vez, em França e, sem dúvida, na Europa, que a justiça reconhece um prejuízo ligado à falta de garantia de um ar saudável por parte do Estado e ordena uma indemnização.

Comentaram os advogados das famílias indemnizadas, Hermine Baron e François Lafforgue.

 

Primeira vez que o Estado francês é responsabilizado diretamente

Apesar de o Estado já ter sido considerado responsável em casos semelhantes, nunca havia sido estabelecida uma relação de causalidade entre a culpa do Estado na matéria e as doenças dos queixosos.

O juiz responsável pelo caso considerou que “uma parte dos sintomas” de que as crianças sofriam era “causada pela ultrapassagem dos limiares de poluição por culpa do Estado”. Ou seja, pela incapacidade que o país demonstrou de garantir o cumprimento das normas sanitárias.

Devido aos problemas de saúde, e por insistência dos médicos, as duas famílias mudaram-se para o sul de França.

Estas decisões permitem que outras famílias cujos filhos podem ser gravemente afetados pela poluição atmosférica considerem a possibilidade de intentar uma ação judicial contra o Estado.

Explicou François Lafforgue.

Na perspetiva da Respire Association, esta é uma “decisão histórica”. Contudo, o Ministério da Transição Ecológica ainda pode recorrer do caso.

 

Leia também:

Exit mobile version