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Emissões de CO2 poderão atingir máximo histórico em 2022

As alterações climáticas são tema frequente e a conferência anual, que está a decorrer no Egito entre os dias 6 e 18 de novembro, recebe debates e lança alertas. Este ano, já soubemos que as emissões de CO2 estão no caminho certo para atingir um máximo histórico.

Mais uma vez, os cientistas lançam avisos.


Durante o dia de ontem, na cimeira climática COP27, cientistas afirmaram que as emissões de dióxido de carbono provenientes dos combustíveis fósseis estão num bom caminho para aumentar 1%, em 2022, e atingir um máximo histórico. Este é, conforme alertam há algum tempo, o principal motor das alterações climáticas.

As emissões estão agora 5% acima do que eram quando o Acordo de Paris foi assinado. É preciso perguntar: quando é que elas vão descer?

Questionou Glen Peters, diretor de investigação do Center for International Climate Research (CICERO), na Noruega, ao Associated Press.

Glen Peters, diretor de investigação do instituto de investigação climática na Noruega CICERO

As emissões do petróleo, alimentadas pela contínua recuperação da aviação, irão provavelmente aumentar mais de 2%, em comparação com o ano passado, ao passo que as emissões do carvão irão atingir um novo recorde. As emissões globais de CO2 de todas as fontes – incluindo a desflorestação e o uso do solo – atingirão os 40,6 mil milhões de toneladas. Este valor fica um pouco abaixo do nível recorde de 2019, conforme mostraram as primeiras projeções revistas por pares para 2022.

O petróleo é mais impulsionado pela recuperação da COVID-19, e o carvão e o gás são mais impulsionados pelos acontecimentos na Ucrânia.

Explicou Peters.

Os novos números mostram o quão difícil será reduzir as emissões com rapidez suficiente para atingir o objetivo definido pelo Acordo de Paris, em 2015, de limitar o aquecimento global a 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. Conforme alertam os cientistas, o aquecimento que for além desse limiar poderá desencadear pontos de viragem perigosos no sistema climático.

Afinal, apenas 1,2º C de aquecimento, até à data, desencadeou uma série de condições meteorológicas extremas, desde ondas de calor e seca até inundações e tempestades tropicais tornadas mais destrutivas pela subida dos mares.

 

Objetivos climáticos de redução de CO2 do Acordo de Paris estão por um fio

De forma a atingir o objetivo de Paris, as emissões globais de gases com efeito de estufa devem diminuir 45% até 2030, e ser reduzidas a zero até meados do século, com quaisquer emissões compensadas pela remoção de CO2 da atmosfera. Para endireitar o rumo de um mundo com emissões líquidas zero, as emissões teriam de descer 7% ao longo dos próximos oito anos.

O Science Altert coloca em perspetiva: “em 2020, com a maior parte da economia mundial em bloqueio, as emissões caíram apenas 6 por cento”.

Na conferência anual soube-se também que a capacidade dos oceanos, florestas e solos para continuarem a absorver mais de metade das emissões de CO2 abrandou, pois “estão mais fracos do que que seriam se não fossem os impactos de um clima em mudança”, de acordo com Corinne Le Quere, professora na Universidade de East Anglia.

 

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