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Céticos sobre as alterações climáticas bombardearam o Twitter, em 2022

As redes sociais são acendalhas potentes para o fogo que é a desinformação. Apesar do vasto catálogo de temas, as alterações climáticas reinaram no Twitter e a culpa foi dos céticos do problema.

Há cientistas a abandonar a rede social pela falta de moderação.


De acordo com novas análises, as mentiras sobre as alterações climáticas escalaram para níveis sem precedentes, este ano, no Twitter. Assim como aconteceu com outros assuntos, os conteúdos que rejeitam a ciência amplamente aceite que valida as alterações climáticas ganharam um destaque consideravelmente maior após a chegada de Elon Musk.

Segundo a análise realizada pela City da University of London, para o The Times, em 2022, tem havido mais tweets e retweets “a utilizar terminologia cética sobre o clima” do que em qualquer outro ano desde 2006, ano em que o Twitter foi fundado.

Este ano, os investigadores encontraram 850.000 tweets ou retweets sobre as alterações climáticas, ao passo que, em 2021, detetaram 650.000 e, em 2020, 220.000.

A negação climática no Twitter já era um fogo de caixote do lixo; agora, é como se tivesse um litro de gás atirado sobre ele.

Disse Katharine Hayhoe, cientista climática, ao The Times.

Katharine Hayhoe, cientista climática

Se em anos anteriores a #climatescam constituía apenas 2% dos tweets interpretados como céticos relativamente às alterações climáticas, em 2022, esta percentagem escalou para 40%, segundo os investigadores Max Falkenberg e Andrea Baronchelli.

Apesar de o ano de 2022 ter conhecido um aumento significativo das partilhas céticas, no Twitter, a desinformação sobre as alterações climáticas explodiu no mês passado, em novembro.

Isto, aquando do encontro que reuniu os representantes das nações do mundo para discutirem sobre o tema. A utilização do #climatescam em tweets duplicou de outubro a novembro, aparecendo em 23.832 tweets no mês passado. Este valor é 17 vezes superior àquele que o hashtag foi utilizado num mês médio, em 2021, de acordo com outra análise realizada para o The Times, pelo Center for Countering Digital Hate.

Aparentemente, a decisão de Elon Musk, que autorizou o regresso daqueles que tinham sido banidos anteriormente, também permitiu a chegada de pessoas que proliferam informação que contradiz a ciência dominante.

Conforme adiantado pelo The Guardian, entretanto, os cientistas e peritos climáticos estão a deixar o Twitter, uma vez que a plataforma não consegue moderar o conteúdo nocivo.

 

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