A (também candidata ao cargo de) presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defende a isenção dos combustíveis sintéticos (e-fuels), numa exceção à proibição da venda de carros com motor de combustão definida para 2035.
Ursula von der Leyen está na corrida à presidência da Comissão Europeia. A exercer o cargo nos últimos cinco anos, a alemã definiu várias metas para verdadeiras mudanças na União Europeia (UE), nomeadamente em matéria automóvel. A votação terá lugar hoje, depois de von der Leyen ter apresentado os seus planos para um eventual próximo mandato.
De acordo com um legislador, citado pelo Automotive News Europe, a ainda presidente afirmou que vai defender uma isenção para os automóveis que funcionam com os chamados e-fuels, no âmbito dos planos do bloco para acabar com as vendas de automóveis com motor de combustão até 2035. Estes imporão que as fabricantes de automóveis eliminem completamente as emissões de CO2 na próxima década.
Um porta-voz de von der Leyen recusou-se a comentar, uma vez que as observações foram feitas à porta fechada com grupos políticos.
O plano, concebido no âmbito da candidatura de von der Leyen a um segundo mandato à frente da UE, assemelha-se a um plano apresentado pelo seu Partido Popular Europeu, no início deste mês. A lei que prevê a eliminação progressiva das emissões de carbono será revista em 2026 e, embora os negociadores tenham concordado anteriormente em isentar os veículos movidos a combustíveis produzidos a partir de eletricidade renovável, esses esforços estagnaram.
Mantemos o calendário, mantemos o objetivo, mas tornamos mais claro que é tecnologicamente neutro. Um carro pode continuar a ser vendido nas ruas com um motor de combustão interna se for movido a 100% de combustível sintético, que é 100% sem carbono.
Disse Pascal Canfin, presidente da comissão do ambiente do Parlamento Europeu, afirmando que von der Leyen disse ao seu grupo Renew que considerava essa isenção como um “terreno de aterragem” para acalmar as preocupações sobre a eliminação progressiva.
Segundo Canfin, embora a medida seja uma conquista política à direita, poderia ser aceite por grupos de esquerda, uma vez que não afetaria o objetivo global de reduzir as emissões de carbono. Contudo, de ressalvar que os e-fuels são globalmente mais caros do que os combustíveis convencionais, pelo que apenas um número limitado de carros poderá utilizá-los.