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Reino Unido considera reduzir os compromissos com a neutralidade carbónica

Esta é uma decisão que poderá mudar as políticas verdes em todo o mundo. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, está a considerar enfraquecer os compromissos do Reino Unido com a neutralidade carbónica numa mudança política que inesperada e que poderá mesmo ser perigosa. O setor automóvel mostra-se preocupado.


Rishi Sunak está a prepara-se para apresentar os “retrocessos” num discurso que deverá fazer em alguns dias. A BBC refere que o primeiro ministro pode estar prestes a anunciar mudanças políticas, à medida que o governo adia a proibição da venda de novos carros a gasolina de 2030 – que foi implementada pelo primeiro-ministro Boris Johnson para 2020-2035.

Espera-se também que seja anunciada a eliminação progressiva das instalações de caldeiras a gás até 2035. Também não haverá medidas para incentivar a partilha de boleias ou novas regulamentações de eficiência energética nas residências, entre outros anúncios.

Esta mudança de políticas poderá ser preocupante para a estratégia mundial que luta pelas alterações climáticas e tem já que enfrentar as consecutivas falhas das metas anuais.

Salvar o planeta ou a economia britânica?

De acordo com a ministra do Interior Suella Braverman, para atingir o compromisso de zero emissões de carbono, o Reino Unido precisa de adotar uma “abordagem pragmática, proporcional e que sirva os objetivos dos britânicos”, que não os conduza à falência.

O custo da descarbonização tem-se refletido no aumento do custo de vida dos britânicos, desde as viagens até ao aquecimento das casas, que se têm demonstrado insatisfeitos com os efeitos de algumas políticas verdes.

Com eleições à porta, o governo vê-se forçado a reduzir ou a adiar algumas das políticas ambientais para não aumentar a insatisfação dos britânicos e, com isto, não perder eleitores, já no próximo ano.

Especula-se que a indústria automóvel possa vir a ser uma das áreas visadas pelas novas medidas do Governo, com o adiamento da introdução da proibição da venda de novos carros a gasolina e Diesel para 2035, em vez da atual meta de 2030, tal como aconteceu na UE.

Esta medida parece não agradar à indústria automóvel, que teme que a confusão sobre a política climática dificulte a transição para os veículos elétricos, numa altura em que se está a fazer um investimento sem precedentes na produção destes veículos.

Grandes empresas do sector já reagiram em comunicado e pedem pedem clareza. Afirmam que qualquer atraso na proibição governamental dos automóveis a gasolina põe em risco a transição para os veículos elétricos.

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