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Proprietários do Mirai processam Toyota pela frustração de ter um carro movido a hidrogénio

O hidrogénio não reúne consensualidade entre as fabricantes, estando a maioria delas focada nos carros movidos a bateria. Apesar de ter tentado, ainda assim, apostar na tecnologia que lhe pareceu mais viável, a Toyota está, agora, a ser processada por proprietários do Mirai insatisfeitos.


Com uma série de frustrações a cimentar a queixa, um grupo de proprietários do Mirai intentou uma ação judicial coletiva contra a Toyota, pela frustração que resulta de ter um carro movido a hidrogénio. A ação judicial, por via da qual é exigida uma indemnização, visa o marketing da fabricante, que, alegadamente, induz os consumidores em erro.

Os queixosos, que incluem proprietários, bem como pessoas que alugaram o Mirai em programas de leasing, por exemplo, apontam uma série de frustrações:

Segundo o grupo que intentou a ação judicial contra a Toyota, estes problemas tornam o Mirai praticamente “inutilizável” para a condução quotidiana.

 

Toyota processada pelo insucesso do hidrogénio

Conforme partilhado pela imprensa, a ação judicial alega que a Toyota e os seus vendedores disseram aos potenciais compradores que “o combustível de hidrogénio está disponível e que o reabastecimento do Mirai é fácil”, acrescentando que seria “comparável ao reabastecimento com gasolina”.

Contudo, os queixosos relatam dificuldades frequentes em encontrar estações de reabastecimento compatíveis, o que muitas vezes exige longas viagens. Além disso, mesmo conseguindo chegar a uma estação, o reabastecimento não é garantido, uma vez que problemas com equipamento avariado ou cartões de combustível incompatíveis podem deixá-los “na mão”.

Conforme partilhado, o combustível de hidrogénio pode estar indisponível durante “dias seguidos” e o reabastecimento demora “muitas horas, em média”, pois as bombas de hidrogénio podem congelar. Quando isto acontece, elas prendem-se ao veículo e os proprietários têm de esperar mais de 30 minutos até que o bocal da bomba aqueça o suficiente para se poderem desligar em segurança.

A incapacidade de reabastecimento pode, segundo os queixosos, tornar o Mirai inoperacional, obrigando à utilização de um reboque e de transportes alternativos.

Além dos problemas com o reabastecimento, os proprietários criticam a autonomia, dizendo que os 575 km e os 647 km anunciados para os modelos Toyota Mirai Limited e XLE, respetivamente, são irrealistas. Os condutores referem que ficam a 160 km dos valores oficiais da Toyota, limitando significativamente a sua liberdade de viajar.

O processo judicial destaca, ainda, um aumento de 200% no preço do combustível de hidrogénio nos últimos anos – de 13 dólares/kg em 2022 para aproximadamente 36 dólares/kg em 2024. Este aumento significa que o cartão de combustível de 15.000 dólares da Toyota, fornecido como um incentivo aquando da compra, não durará “pelo menos cinco anos”, como anunciado.

Por fim, os proprietários alegam que estes problemas afetaram consideravelmente o valor de revenda do Mirai, que mantém apenas 19,4% do seu valor após cinco anos de utilização.

 

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