Foi há cerca de um ano que informámos aqui que Portugal iria começar a realizar os primeiros testes com veículos autónomos já em 2018. Esse dia chegou e a partir desta segunda-feira e durante quatro dias a A9/CREL servirá de pista para a realização de testes reais.
Os testes são realizados no âmbito do projeto europeu AUTOC-ITS e são uma parceria entre a Brisa e o Instituto Pedro Nunes, em Coimbra.
Os primeiros testes em Portugal com veículos autónomos em estrada começam já hoje numa parte da A9. Além de Madrid e Paris, Lisboa integra também o projeto AUTOCITS, que foi apresentado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e pela empresa tecnológica espanhola Indra.
Segundo informações da Brisa ao site Dinheiro Vivo, os testes irão decorrer nos dois sentidos da CREL entre os nós da Pontinha (km 10) e de Odivelas (km 17). Durante 4 dias, os veículos vão utilizar uma via própria e estarão enquadrados dentro de uma formação de veículos da GNR. A prova irá ter início a meio da manhã e prolonga-se até meio da tarde com o intuito de evitar as horas de maior congestionamento.
A par dos testes na CREL, a equipa multinacional vai ensaiar veículos sem condutor a fazer serviço de vaivém entre o parque de estacionamento e vários edifícios do complexo do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, num percurso de cerca de 500 metros.
Ao longo dos percursos, serão instaladas estações de sensores e transmissão de dados de que depende o sistema de veículos sem condutor para funcionar em segurança. Obstáculos na estrada, condições meteorológicas diferentes, veículos avariados, manutenção a decorrer, veículos em marcha lenta são cenários que serão testados e que tornam essencial a comunicação entre todos os componentes do sistema.
Este não é o único projeto de condução autónoma em que Portugal está envolvido. O país irá investir 8,35 milhões de euros até final de 2020 para pôr os veículos na estrada a comunicar entre si e com a infraestrutura.
Com o apoio financeiro de Bruxelas, em 50%, o projeto de estradas inteligentes C-Roads vai funcionar em praticamente mil quilómetros da rede viária portuguesa. Acabar com os mortos nas estradas até 2050, reduzir as filas de trânsito e diminuir as emissões do transporte rodoviário são os principais objetivos desta iniciativa.