No início da manhã de ontem, o Fremantle Highway, um navio que transportava cerca de 3 mil carros incendiou-se no Mar do Norte. Segundo várias fontes holandesas, o cargueiro transportava 2.857 automóveis, 25 desses são elétricos. Algumas informações e ilações estão a apontar um carro elétrico como o causador deste incêndio. Mas poderá não ser bem assim!
O Fremantle Highway navegava do porto alemão de Bremerhaven para Singapura quando se incendiou a cerca de 27 quilómetros ao norte da ilha holandesa de Ameland.
Segundo as informações, o incêndio matou uma pessoa a bordo e feriu várias outras, embora todos os 23 tripulantes tenham sido evacuados do navio. Este acidente, ainda com o fogo ativo, que, segundo as autoridades poderá durar alguns dias, não tem uma causa ainda identificada. Contudo, alguns meios de comunicação, atribuíram como causa do incêndio num veículo elétrico (VE).
Informação mal entendida dá aso a conclusões erradas
A guarda costeira publicou no Twitter que a causa do incêndio é desconhecida, mas um porta-voz da guarda costeira disse à Reuters que começou perto de um carro elétrico. Conforme referido em cima, dos perto de 3 mil que o navio transportava, 25 eram elétricos.
Naturalmente, alguns meios de informação parecem ter interpretado mal esta declaração da Guarda Costeira holandesa, concluindo, prematuramente, que o carro elétrico foi a ignição.
O navio transportava 2.857 automóveis, dos quais 25 eram elétricos, o que tornou o incêndio ainda mais difícil. Não é fácil manter este tipo de incêndio sob controlo e mesmo num navio destes não é fácil.
Referiu a APNews, num dos primeiro artigos, citando uma conversa telefónica com Lea Versteeg, porta-voz da Guarda Costeira holandesa.
Uma outra fonte, a NOS, uma emissora pública holandesa, cita um “porta-voz da Guarda Costeira” como tendo dito que, presumivelmente, o incêndio foi iniciado por um VE. Mas, ao contrário da AP, a NOS não cita o nome do porta-voz nem tem uma citação direta dessa pessoa. Portanto, a informação poderá estar agora mal fundamentada.
A Reuters fez eco da declaração da NOS no seu artigo original sobre o incêndio, mas, num artigo mais recente, voltou atrás, afirmando que “a guarda costeira disse no seu site que a causa do incêndio era desconhecida, mas um porta-voz da guarda costeira tinha dito anteriormente à Reuters que o incêndio começou perto de um carro elétrico”.
Interessante é que várias outras publicações, especialmente as associadas à negação do clima, inclinam-se fortemente para a causa do incêndio ter sido um veículo elétrico.
Efetivamente, na declaração da Guarda Costeira, pela voz de Lea Versteeg, nada aponta para que o causador fosse um elétrico.
A culpa é sempre do carro elétrico!
Bom, até ao momento não há nada de oficial por escrito que mencione a especulação sobre os carros elétricos. Várias fontes citam um porta-voz, sem identificar a pessoa, que supostamente disse que VEs estavam “presumivelmente” envolvidos. Confrontada, a Guarda Costeira, por telefone, referiu a outra fonte que não chegou a uma conclusão sobre a causa e que tudo não passa de especulação dos meios de comunicação social.
O navio transportava milhares de carros com combustível, o próprio navio tinham milhares de litros armazenados e tudo isto poderá dificultar o rescaldo e a eventual identificação da causa. Mas, ao que tudo indica, o mais fácil foi apontar um elétrico como o causador do incêndio.
A proprietária japonesa do navio, Shoei Kisen Kaisha, disse que trabalha em cooperação com as autoridades locais da Holanda, para tentar salvar o que resta do navio. A empresa expressou “sinceras condolências” pela morte do tripulante.