Sabemos (porque já o vimos várias vezes) que a Toyota não está totalmente confiante na eletrificação, ainda que esteja, em parte, a apostar nela. Aliás, na opinião do responsável da Toyota Alemanha, os governos erram quando decidem apostar tudo nos carros elétricos.
A ação do mercado automóvel decorre, atualmente, em três grandes mercados: Europa, Estados Unidos da América e Ásia. As duas potências que constituem este último têm visões antagónicas do futuro.
Se a China acelerou ao máximo a transição para os carros elétricos e se tornou numa força da eletrificação, em todo o mundo, o Japão olha para esta tecnologia com muito mais cautela. Exemplo claro disso é a Toyota.
Toyota não quer limitar o futuro com carros elétricos
De facto, ainda que esteja a apostar nos carros elétricos, a Toyota tem mostrado alguma resistência em fazer all in. Na sua perspetiva, não é ainda claro se eletrificar totalmente as frotas é a estratégia mais vantajosa. Esta leitura dá força à abordagem cautelosa que tem adotado, quando comparada com outras fabricantes.
Numa entrevista à Automobilwoche, Andre Schmidt, responsável pela Toyota Alemanha, explicou que a fabricante poderia ter “ultrapassado a Tesla”, se tivesse optado pela abordagem errada. Assim sendo, é na procura do seu próprio caminho que a fabricante se tem focado.
A Tesla é, de certa forma, um marca-passo da indústria. O sucesso da Tesla também se baseia na velocidade com que a empresa avançou em todos os elementos da eletrificação.
Admitiu Schmidt, revelando ver na fabricante americana de carros elétricos um termómetro perfeito para avaliar a aceitação pelas pessoas.
O executivo defende, contudo, que o objetivo passa por fornecer, ao maior número possível de condutores, alternativas que contribuam para a redução das emissões de dióxido de carbono o mais rapidamente possível. Para si, em nome da Toyota, esta abordagem será mais eficiente do que fornecer a alguns clientes alguns veículos puramente elétricos “muito caros”.
Na sua perspetiva, “os políticos estão aquém se quiserem resolver este grande problema com uma única tecnologia”; “se confiarmos apenas num caminho tecnológico estreito, demorará muito mais tempo a descarbonizar do que se seguirmos vários caminhos ao mesmo tempo”.