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Este problema dos carros elétricos poderá estar a encarecer-lhes o seguro

Os carros elétricos fazem parte do futuro e, a olhos vistos, estão a ganhar relevância e adeptos. No entanto, a complexidade associada aos sistemas de baterias, em conjunto com a pouca flexibilidade das fabricantes, poderá criar um problema e encarecer o seguro aos proprietários.


Os custos de um carro vão muito além do seu preço de compra e, aquando da ponderação, todos devem ser tidos em conta, na medida em que, seja ele qual for, necessitará de manutenção. Uma dessas despesas posteriores é o seguro, cujo valor depende largamente de uma série de fatores.

De acordo com uma tendência detetada pela agência noticiosa, Reuters, no caso dos carros elétricos, poderá haver um problema a encarecer os seguros.

 

Seguradoras veem-se obrigadas a encarecer os seguros que cobrem carros elétricos

Há algum tempo que um vasto número de baterias começou a acumular-se por ser impossível de consertar. Aparentemente, o problema é imposto pelas próprias fabricantes que, na prática, dificultam a reparação das baterias, após acidentes – mesmo aqueles em que o carro elétrico sofreu apenas pequenos danos. E, apesar de a maioria das fabricantes alegar que as baterias são reparáveis, a Reuters refere que “poucas estão dispostas” a partilhar o acesso aos dados dos equipamentos.

De acordo com Andy Keane, gerente de produtos de automóveis comerciais, no Reino Unido, da seguradora AXA, o preço associado “pode por vezes inviabilizar a substituição de uma bateria”.

Conforme recorda a Reuters, as baterias podem custar dezenas de milhares de euros e representar até 50% do preço total do veículo elétrico. Por isso, este problema associado à sua (ir)reparabilidade torna a substituição pouco económica, na perspetiva dos proprietários.

A Ford Motor e a General Motors utilizam as suas mais recentes e reparáveis baterias. Mas as novas e grandes células 4680 do Modelo Y feitas na fábrica da Tesla, em Austin, Texas, são alocadas numa caixa que faz parte da estrutura do carro e que não pode ser facilmente removida ou substituída.

Lê-se na Reuters.

Sandy Munro, da Munro & Associates

Segundo Sandy Munro, da Munro & Associates, uma empresa que, entre outras coisas, oferece consultoria às fabricantes de automóveis, “um conjunto de baterias estruturais Tesla vai diretamente para a trituradora”.

O pagamento médio mensal pelo seguro de um elétrico, nos Estados Unidos da América, em 2023, é de $206 – um valor 27% superior ao de um modelo com motor de combustão -, de acordo com a Policygenius.

 

E a sustentabilidade que adorna os carros elétricos?

De acordo com Christoph Lauterwasser, diretor-geral do Allianz Center for Technology, um centro de investigação propriedade da Allianz, a empresa já viu conjuntos de baterias arranhados, cujas células no interior não estariam, provavelmente, danificadas. No entanto, sem os dados de diagnóstico, teve de descartar todo o veículo.

Conforme esclarece a Bankrate, uma empresa de serviços financeiros, as seguradoras americanas sabem que, “se um pequeno acidente resultar em danos na bateria, o custo para substituir esse componente-chave pode exceder os $15.000”.

Christoph Lauterwasser, diretor-geral do Allianz Center for Technology

O diretor-geral do Allianz Center for Technology observou que a produção das baterias destinadas aos carros elétricos emite muito mais dióxido de carbono do que os modelos alimentados por combustíveis fósseis, pelo que os elétricos, para compensarem nesse sentido, têm de ser conduzidos durante milhares de quilómetros.

Se deitar fora o veículo numa fase inicial, perdeu praticamente todas as vantagens em termos de emissões de CO2.

Na mesma linha de pensamento está Matthew Avery, diretor de pesquisa da empresa de investigação automóvel, Thatcham Research, que recorda que “estamos a comprar veículos elétricos por razões de sustentabilidade”. No entanto, “um veículo elétrico não é muito sustentável se for necessário deitar fora a bateria após uma pequena colisão”.

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